Markus Brandstetter, do Hyperlocrian.com, perguntou a Gilby Clarke como foi se juntar ao Guns N’ Roses há três décadas, e Gilby respondeu:
“Nunca havia tocado num estádio antes, mas já passara por arenas, clubes, coisas tipo House of Blues, e quando me juntei ao GNR foram apenas duas semanas entre o dia que fiz uma jam com eles e o dia em que iria subir no palco. Mas só fui confirmado uma semana depois, então eu só tive uma semana para aprender 50 músicas, todo o catálogo da banda, pois o GNR não tinha um setlist. Então eu tinha que aprender todas as músicas. Não estava nem lembrando da coisa de rock star e sim ‘Oh My Deus, vou subir ao palco. É o Guns N’ Roses e tudo que envolve esse nome, tenho que aprender 50 músicas’. Daí eu passava o dia com fones do lado de um gravador aprendendo as partes de Izzy (Stradlin). Eu não queria desapontar os caras, eles já estavam excursionando havia alguns meses, eu não queria ser o cara que iria subir ao palco e tocar notas erradas. Tocávamos com volume muito alto, dava pra ouvir tanto a minha quanto a guitarra do Slash, e eu não queria ser o cara que errava, então era muito importante pra mim aprender todas as músicas, essa era minha preocupação”.
Depois Markus relembrou Gilby que ele estava entrando no Guns N’ Roses no ápice do sucesso da turnê “Use Your Illusion”, e Gilby disse:
“Pra ser sincero, eu nem pensei sobre aquilo, não estava preocupado com a coisa de rock star, eu estava construindo novas relações, não conhecia Slash tão bem antes da turnê com o GNR. Nos tornamos amigos durante a turnê. Matt (Sorum) eu já conhecia. Então eu estava consolidando estas relações. E não vou dizer que eu tinha que me encaixar naquilo tudo, eles não me pressionaram a nada, me davam muita liberdade. Nunca me disseram o que tocar, o que vestir, o que dizer, eles me aceitaram do jeito que sou. Claro, todos cometemos erros. Eu era o cara novo e eles já vinham dando entrevistas havia um tempo, então às vezes eu dizia algo e depois Slash me falava ‘Ah cara, porque você falou aquilo?’. E eu tentava me explicar, mas ele mandava de volta ‘Ah, tudo bem. A partir de agora, nâo diga mais isso’ (risos). Eles gostam de manter as coisas dentro do próprio mundo, algo que fui entender depois. Então o que me preocupava era a questão da amizade na banda, não estava preocupado se eu me encaixava ali – eu já havia me encaixado, todos fazíamos parte da mesma cena, foi fácil de fato eu me adaptar ali. Mas não pensava sobre a coisa da fama, estava realmente concentrado em tocar as músicas corretamente. Queria que Slash, Axl (Rose) e Duff (McKagan) tivessem orgulho do que estava fazendo, então queria fazer bem feita a minha parte, e acredito que era o que esperavam de mim”.