A história de Melissa Reese já é bem conhecida: em 2016, ela se tornou a primeira integrante feminina do Guns N’ Roses, quebrando estereótipos e inspirando um número incontável de aspirantes a alcançarem seus sonhos, não importando suas circunstâncias em vida.
Reese estava em Manila dias atrás, quando a banda fez seu o primeiro show no país, na Philippine Arena. Para Reese, foi uma espécie de regresso, já que sua mãe é filipina, de Camalig, Albay. A seguir, confira trechos da entrevista que a tecladista deu para a Esquire Magazine.
ESQ: Qual a sua primeira lembrança do Guns N’ Roses?
MR: Fomos criados em uma família muito católica, e quando vi os crânios e a cruz [do Appetite for Destruction], lembro de ter ficado com medo. Eu tinha talvez sete ou oito anos de idade. Parecia tão intenso. Eu poderia conhecer as músicas e não fazer a associação de que eram eles.
ESQ: Como é o backstage em um show do GN’R?
MR: Somos como uma família. Nós nos divertimos juntos e falamos merda. Muitas pessoas da equipe e amigos visitam meu camarim, porque é onde ficam os doces. Os shows são muito longos e precisamos da energia.
ESQ: Eu vou falar os nomes dos membros da banda e você me diz a primeira coisa que vier à sua cabeça. Vamos começar com Axl Rose.
MR: Oh cara, Axl é incrível. Ele é um ícone, um músico e cantor incrível. Ele é ferozmente leal e muito engraçado. A primeira vez que o encontrei foi no House of Blues, fiquei muito intimidada.
ESQ: Slash?
MR: Slash gosta muito de doces, como eu. Ele gosta de terror. Ele tem uma confiança silenciosa e ele é um músico incrível e comovente. Ele fala com a sua guitarra, ama o que faz e é muito divertido estar no palco com ele.
ESQ: Duff?
MR: Duff e eu somos muito próximos. Quero dizer, sou próxima de todos eles, mas o Duff é o meu grandalhão. Nós fingimos que somos uma dupla engraçada de policiais, ele é o grandalhão e eu sou a pirralha. Somos de Seattle, então temos muito em comum. Nós somos fãs loucos dos Seahawks. Assistimos a NFL em nossos quartos de hotel com nossas camisetas. Ele é incrível. Um cara incrível.
ESQ: Dizzy?
MR: Eu estava com medo dele na primeira vez que o vi. Ele parecia com Jesus! Mas ele é um dos meus favoritos. Nós conversamos muito sobre futebol. Ele é tão importante para mim, tão solidário, tão positivo e tão engraçado. O amo até a morte.
ESQ: Richard?
MR: Richard trabalha muito, como o Duff. Tecnicamente, ele é um guitarrista muito proficiente. Ele pode tocar qualquer coisa. E é super divertido estar no palco com ele.
ESQ: E, finalmente, Frank?
MR: O Frank é basicamente da família. Eu adoro ele. Ele é tão incrível e talentoso. E ele é tão aberto. Ele traz muito amor para a bateria.
ESQ: Foi muito marcante quando você entrou para o GN’R, tornando-se a primeira mulher da banda desde que ela foi formada na década de 1980. Você teve reações não tão positivas?
MR: Ah sim, com certeza. Já recebi, algumas vezes, ameaças de morte no Twitter. Há algumas pessoas que ainda querem que isso seja um coisa só de rapazes. Mas os caras (membros da banda) pensam muito pra frente. E eles estão, tipo, não importa se ela é ela, ou se ela é roxa, azul, verde, cinza, amarela, o que for. Se ela é radical, ela é radical, e nós vamos dar crédito onde o crédito é devido. Este é o nosso quebra-cabeça e estamos com uma peça faltando, e ela é essa peça. Foda-se, fodam-se todos. Foi assim que eles me abraçaram.
[…] No início, a vibe toda era, tipo, meu Deus, eles estão voltando, e com todas essas pessoas que já estavam na banda ao longo dos anos. E estão trazendo uma garota. E eu era essa garota. Todo mundo estava pensando, como isso vai ser? Nem tudo tem sido (bom). Especialmente, no início, eu acho, as pessoas estavam atrás dessa coisa de clube do bolinha, mas isso está desaparecido.
ESQ: Podemos esperar novas músicas do Guns N’ Roses?
MR: Infelizmente, não tenho a liberdade para dizer. Eu espero pelo melhor. Qualquer coisa que me permita passar mais tempo com esses caras, eu estou mil, milhões e bilhões por cento dentro. Mas eu espero. Eu espero.