O site Legendary Rock Interviews recentemente realizou uma entrevista com Michelle Young, a tão conhecida amiga de Slash que inspirou Axl à escrever a sétima faixa do álbum Appetite For Destruction; “My Michelle”.
A equipe do Axl Rose – Fã Clube traduziu a entrevista completa, leia abaixo.
LRI: Eu queria começar perguntando à você sobre toda a comunidade periférica GNR. Eu aprendi muito e me diverti muito conversando com não apenas músicos que já passaram pela banda, mas pessoas como Marc Canter (amigo de Slash, autor e dono de uma rede de restaurantes), seus gestores Vicky Hamilton e Alan Niven e todas as outras pessoas próximas a banda. Todas essas pessoas eram quase esmagadoramente positivas e muito simpáticas, fáceis de conversar. O grupo era lendário pelo seu lado escuro, sua fúria, mas todas essas pessoas são maravilhosas, como uma família feliz na maior parte do tempo. Todas as pessoas próximas a banda eram sempre assim?
Michelle: (risos) Sim, talvez… É difícil para mim dizer, porque muitas dessas pessoas que você mencionou, eu conheço há muito tempo e eles sempre foram muito legais, como você disse. Slash, por exemplo, Steven, Duff, sempre foram pessoas legais de verdade, antes e depois da banda fazer sucesso. Izzy tem sido sempre incrível e Axl sempre sendo Axl. Para mim, eles tem sido sempre os mesmos. Eles não se tornaram estranhos, malvados ou outra coisa, eles são desagradáveis, você sabe, apenas grossos mas nunca vilões ou pessoas más para mim. Então, eu não sinto que é estranho, sempre houveram pessoas boas ao redor deles.
LRI: Você tinha amizade com muitas dessas pessoas, você ainda tem amizades com pessoas como Marc, Vicky, ou Del James, Jack Lue?
Michelle: Com certeza, ainda somos amigos, com Marc Canter e sua esposa Leisa, que são bons amigos. Jack sempre esteve por aí tirando fotos, Marc também. Vicky esteve por aí bastante nos primeiros dias. Eu sempre adorei a Vicky, ela é muito inteligente e talentosa. Eu ainda adoro o Del James, eu não vejo ele, mas eu não vejo ninguém na verdade além de Marc e Leisa. Às vezes, eu tenho contato com alguma dessas pessoas, eu não tenho nenhum problema com elas, sempre estivemos bem.
LRI: Como você acabou conhecendo Slash quando você estava crescendo?
Michelle: Nós íamos à escola juntos, ele estava uma ano à minha frente, havia um grupo de provavelmente, dez de nós, que era inseparável. Nós estavamos sempre juntos, fazíamos tudo juntos, íamos à festas, à praia e tudo isso. Aquele grupo inteiro era formado por amigos muito próximos, éramos muito unidos. E foi assim que eu conheci Slash e Steven, na escola.
LRI: Você conhecia bem o Tracii Guns, houve alguma menção sobre a rivalidade entre ele e Slash, você viu algo disso?
Michelle: Sim, eu conhecia Tracii da escola também, sabe, eu queria poder lembrar se houve alguma menção, mas honestamente eu não me lembro. Eu só me lembro de um dia que Tracii não estava mais na banda. Pareceu apenas um dia, ele e Rob (Gardner) não estavam mais na banda e então de repente Duff, Izzy e Axl apareceram. Eu não me lembro das primeiras palavras do Axl, só me lembro de um dia estar indo a casa do Slash e Axl estava lá.
LRI: Mudando de assunto um pouco, quando você estava saindo com aqueles caras e se divertindo por aí antes da banda se tornar algo sério, houve um ponto em que você começou a notar que Slash e Steven estavam seriamente levando aquilo adiante ou então que eles pelo menos eram muito talentosos?
Michelle: Slash sempre deixou claro que aquilo era muito sério, ele não ia a lugar nenhum sem sua guitarra. Ele sempre tinha em mãos sua guitarra, seus cigarros e sua garrafa de Jack. Ele gostava muito dela. Eu acho que fui em alguns shows que eles tocaram que foram exatamente como as festas em Hollywood. Eu fui à alguns shows e eu os vi e pensei que eles eram realmente bons, mas quando os vi pela primeira vez como Guns N’ Roses no ‘The Troubadour’ eu sabia que dali iria sair alguma coisa.
LRI: Então, a história de longa data era que você estava em um carro com Axl e “Your Song” do Elton John começou a tocar, você disse à ele que sempre quis que alguém escrevesse uma música para você. Cuidado com o que você deseja, eles são muito precisos. Foi assim que aconteceu?
Michelle: (risos) Sim, exatamente. Estavamos à caminho de um show, eu acho. E então veio essa música, eu disse algo como “Essa é uma música maravilhosa, queria que alguém escrevesse uma música como essa sobre mim”. E então, eis que surge “My song” (risos).
LRI: Axl tinha escrito anteriormente uma outra versão dessa música, e ele sentiu que maior parte dela era muito doce e sentimental, por isso foi descartada, e a letra que todos nós conhecemos foi re-arranjada. Como todos sabem, ainda há toda uma parte doce e gentil no final. Você já ouviu essa versão doce e sentimental de “My Michelle” antes de ser re-arranjada?
Michelle: (risos) Não, eu nunca ouvi essa versão 99%.
LRI: Você alguma vez já viu a letra original?
Michelle: Não, não, não. Eu nunca tive a oportunidade de ver alguma versão de qualquer música.
LRI: A primeira vez que você ouviu a música foi quando eles tocaram ao vivo?
Michelle: Não, eu a ouvi quando estava na casa do meu pai, eu estava no meu quarto, eu me lembro, era de dia e o telefone tocou, a primeira ligação era do Slash. Ele disse algo de efeito como “Axl quer falar com você” ou “Axl vai te ligar, Michelle”. Eu não me lembro se eles estavam juntos mas eu me lembro que Slash me ligou primeiro e eu disse algo assim “Por favor, seja honesto quanto à isso, eu estou muito assustada”. Então, Axl ligou. Ele sempre me ligava e cantava suas músicas novas. Ele fazia as batidas nos seus joelhos e cantava pra mim pelo telefone sempre que tinha uma música nova e depois pedia minha opinião. Então, quando ele ligou denovo com essa música, eu agi como “Ok, vá em frente”, então ele cantou a música e disse “O que você acha?” e sabe… Eu odeio falar isso perto do meu filho, espera um pouco…
LRI: Sem problemas…
Michelle: Eu tive que me afastar um pouco porque eu odeio falar sobre isso perto do meu filho, mas eu estava tão fora de si naquele momento, eu estava sempre chapada naquela época, então quando eu ouvi aquilo, eu disse “Tudo bem, isso está legal (risos), faz o que você quiser”. Na verdade, eu não liguei muito. Foi como “Ok, que seja, você escreveu uma música sobre mim”. Honestamente, eu não pensei que o álbum seria esse sucesso, ou até mesmo que a música estaria no álbum.
LRI: É uma faixa lendária em um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos, mas quem imaginaria isso?
Michelle: Exato. Eu imaginei que ela nem seria gravada, eu não tinha ideia. Eu também não sabia que isso influênciaria minha vida da maneira que influênciou. Embora eu ame ver as pessoas amar a música quando eu ia aos shows, era uma influência estranha na minha vida. Era incrível ver eles tocarem em um estádio enorme e ver as pessoas acenderem seus esqueiros na introdução e aquela agitação quando o primeiro verso começa, e eu observo ao meu redor pensando; isso é incrível por que eu estou vendo isso e eu sou anônima, ninguém sabe que sou eu. Essa parte é realmente especial, ver a reação das pessoas à música, mas no momento em que foi lançada eu posso dizer que nunca foi uma benção, sempre uma maldição, vamos assim dizer.
LRI: No Wikipedia, no qual sabemos que é sempre preciso (risos) consta que uma fonte disse que na época em que ela foi escrita você estava satisfeita com a honestidade da nova letra, e como isso veio a tona, isso é preciso?
Michelle: (risos) Como eu disse, eu honestamente não me lembro de tudo hoje em dia, aconteceu há muito tempo. Talvez eu estava, ok, eu provavelmente estava. Eu poderia me ver estando satisfeita com isso naquele tempo, por que como eu disse, eu estava sob influência, então eu provavelmente disse algo como “Yeah, isso é legal”, mas em certo ponto ficou claro que isso teve muita repercussão na minha vida, por falta de uma palavra melhor.
LRI: Você disse que estava chapada quando ouviu a música pela primeira vez, mas em um outro verso diz “Agora você está limpa e tão discreta, eu não direi uma palavra”, a que essa linha em especial se atribui?
Michelle: Uh, sim… Eu sei exatamente por que ele escreveu essa linha. Eu tinha frequentado um programa de reabilitação e ficado sóbria, e eu ainda estava no programa mas era véspera de ano novo e Axl estava em uma festa na casa do Wes Arkeen. Eu fui até lá e comecei a usar novamente e eu disse para o Axl “Por favor, não conte à ninguém” e foi aí que surgiu “Eu não direi uma palavra”. Minha parte favorita da música é bem no começo, por que é muito reflexivo de como as pessoas me conheceram naquela época, algo como, não é claro por onde isso vai, é um pouco escuro e assustador e isso é muito indicativo de como eu não tinha ideia para onde eu iria, eu era totalmente uma criança selvagem cometendo loucuras em Hollywood.
LRI: Eles usaram uma SG para criar aquele tom ameaçador na música, e a introdução de certa forma dita o tom.
Michelle: Eu gosto muito disso, é muito indicativo e reflexivo de como eu era. É algo misterioso e então aquilo simplesmente explode, relatando exatamente como eu era.
LRI: E sobre as partes romanticas da música, onde ele fala estar se apaixonando e encontrando alguém, e tudo isso parte de “My Michelle”? Você e ele ou algum outro membro da banda se envolveram naquele ponto?
Michelle: Sim, nós tivemos um… Caso, quero dizer, estou tentando fazer isso soar melhor do que foi (risos). Nós nos “envolvemos romanticamente” (risos) por alguns anos. Estivemos ligados e desligados por alguns anos, e foi um relacionamento tumultuoso, com certeza.
LRI: Wow, por anos você disse?
Michelle: Pelo menos quatro ou cinco anos, possívelmente seis ou sete anos yeah, até mesmo depois de “November Rain” e o segundo e terceiro álbum saírem nós estivemos nos encontrando. Era por que éramos realmente bons amigos, mas quando eu o via, isso era uma ou duas vezes no ano, e tinhamos (risos) relações sexuais (risos).
LRI: “My Michelle” é uma das músicas do Appetite que tem seus altos e baixos, doces e amargos. Todos já ouviram rumores que Axl supostamente seja bipolar, ou pelo menos tenha algum tipo de trauma de infância. Você acha que muito dos altos e baixos do Appetite é apenas um subproduto da personalidade do Axl?
Michelle: Uh, sim… Muito, é um reflexo dele mesmo. Mas você sabe que é verdade pra muitos artistas, não só o Axl.
LRI: A versão do DVD Live Era de certa forma consegue ser mais agressiva do que a versão de estúdio, com Axl mudando algumas partes, “Party til your connection calls” para “FUCK til your connection calls” e até mesmo te chamando de “little bitch” durante o refrão. O que você pensou quando ouviu essa versão, que eu acho que foi gravada durante a UYI tour?
Michelle: Foi por que ele estava furioso comigo naquela época, denovo, nossa relação sempre foi tumultuosa, até mesmo quando não nos viamos muito, éramos sempre ligados e desligados e sempre tumultuosos. Ele estava com raiva de mim naquele ponto, eu não me lembro o motivo, pois ele sempre ficava furioso comigo por várias razões. Um minuto era “Oh, Michelle é uma grande amiga minha, eu adoro ela, essa música é sobre ela” e depois era “Oh, aquela vadia não apareceu no meu show por que ela está usando LSD com seus amigos, eu odeio ela”.
Essa aconteceu de verdade, certa vez, ele estava conseguindo ingressos para eu ir com meus primos mais novos à um show, e o pretenso era que eu estivesse lá para me encontrar com ele, eu acho que isso foi em Anaheim ou algo assim. Meus primos mais novos foram e ficaram chocados, voltaram e disseram “Meu Deus Michelle, ele nos falou muita merda sobre você” e isso por que eu não apareci. Eu disse à ele “Não posso Axl, estou chapada” e eu estava (risos), mas foi algo “Wow, ele não tinha que contar para todo mundo” (risos). Ele ficava comigo na casa do meu pai muitas vezes, ele dormia muito fora de casa, e eu sempre levava ele, para os shows, enfim, por que ele não dirigia, então eu o levava para os shows por aí. Eu esperava por ele até quando ele estivesse pronto para ir, aturava suas birras e crises, e toda essa merda. Então, não, a versão do Live Era dessa música não me surpreende para responder a sua pergunta.
LRI: Você ficou surpresa quando ouviu sobre qualquer um dos problemas de relacionamento e negociações que Axl teve ao longo dos anos com mulheres como Erin Everly ou Stephanie Seymour?
Michelle: Não, quero dizer, Erin me ligava chorando quando ela morava em Hancock Park e eles brigavam, eu estava falando sobre isso com alguém há alguns dias na verdade. Então o que quero dizer é, nada me surpreende quando vem do Axl. Se ele pode desapontar 90.000 fãs por que ele não se sente legal pra isso, então não estamos muito longe de pensar que ele pode desapontar uma mulher na qual ele se importa. Nada me choca no que diz respeito à ele.
LRI: Ele alguma vez te machucou como outras já alegaram?
Michelle: Oh Deus, não. Nenhum homem encostou em mim ou me bateu, eu jamais toleraria isso e naquele ponto meu pai ainda era vivo, ele teria o matado. Eu nunca vi esse lado dele, eu ouvi de outras pessoas, mas eu nunca, nunca vi esse lado dele. Ele costumava ter uma postura, mas nunca violento, de forma alguma.
LRI: Quando eu entrevistei Marc Canter, apesar de ele ser melhor amigo do Slash, ele me disse que tem muitas e muitas boas coisas para dizer sobre Axl e suas relações com ele. Você compreende as pessoas que realmente amam o Axl ou algum de nós que de alguma forma vê o bem nele apesar de suas falhas?
Michelle: Oh sim, Axl é muito, muito encantador. Eu não tenho nada de realmente negativo para dizer sobre ele. As pessoas são quem elas realmente são e tá legal pra mim. Se tem algo, eu sinto por ele que ele tem estado desconfortável em sua própria pele que às vezes ele tem que fazer as pessoas ao seu redor sofrerem. Eu espero que tudo que eu ouvi ultimamente seja verdade, e que ele esteja muito melhor e talvez se torne a pessoa que ele deveria ser. Eu posso entender absolutamente o quão difícil deve ser o processo de um jovem de Indiana chegar à Hollywood e de repente explodir se tornando uma das pessoas mais famosas do mundo. Isso é muito para qualquer um lidar se você pensar nisso. Eu acredito que ele tenha sofrido de bipolaridade ou possívelmente outras coisas, e eu ouvi dizer que ele teve a experiência de Brian Wilson, você sabe, revertido ao seu estado de conforto do útero, supondo que ele esteja em paz. Eu não sei de verdade, eu não posso falar disso por que eu não conheço o Axl hoje em dia, então, eu não posso afirmar que ele se tornou um homem melhor, mas eu honestamente acredito que ele poderia e espero que ele se torne.
LRI: Você deseja o melhor para ele, então?
Michelle: Sim, claro. Digo, ele tem subido ao palco na hora marcada, tem realizado turnês de sucesso, e tem uma nova banda que toca com ele, e isso é ótimo. Espero que ele esteja infinitamente melhor, somos todos mais velhos agora, e devemos estar melhor, sabe? Axl teve muito tempo e recursos para ajudá-lo à descobrir as coisas quando ele se deu um tempo e eu espero que ele esteja bem.
LRI: Então, você tem levado uma vida tranquila e feliz com seus meninos e realmente parece estar em paz com sua vida, eu sei que eu te pedi para falarmos sobre muito tempo atrás e você levou um tempo para querer se abrir, o que é compreensível. É estranho estar falando de todas essas experiências de todos esses anos?
Michelle: Sim, é estranho, especialmente por tudo o que vem acontecendo recentemente. Eu comecei a me envolver mais com o Facebook, e eu fiquei espantada com todos os fãs, especialmente os jovens brasileiros, que são muito, muito fãs da banda, e chegando até mim. Então eu comecei a me conectar com outras pessoas próximas a banda e sair mais com Leisa e Marc, então foi tudo estranhamente voltando. Ainda assim, eu sinto como se isso fosse uma outra vida, e que eu vivi outras diferentes vidas desde então. Agora, é uma nova vida, um novo capítulo, e isso é bom, mas eu estou surpresa, pessoas ainda querem conhecer, ainda querem falar sobre mim, sobre aquela época. Eu não estou surpresa de que eles ainda estejam interessados na banda, por que eles são toda uma nova geração de fãs que ainda estão descobrindo a banda. Eu não posso culpá-los, eu amo o fato deles amarem a banda, por que eles eram ótimos, e eles ainda são ótimos, eles eram fenomenais.
LRI: Última pergunta antes das nossas crianças nos interromperem novamente… Eu perguntei à Steven e Matt sobre suas experiências no Rock N’ Roll Hall of Fame, e eu queria saber o seu ponto de vista, vendo seus velhos amigos recebendo esse prêmio. Você ficou surpresa com o não envolvimento de Axl e Izzy? Você se sentiu mal pelos outros caras que não tinham essa “Appetite” por reunião?
Michelle: Saiu como eu já esperava. Eu fiquei desapontada como muitas pessoas, mas sabe, as pessoas precisam lembrar que os caras na banda são pessoas reais, e pessoas mudam, e suas prioridades tornam-se outras. O que é realmente muito importante para uma pessoa, pode não ser tão importante para a outra, e algumas vezes nós devemos talvez olhar para o panorama geral em vez de apenas ver isso pelo ponto de vista dos fãs. Os fãs tem uma expectativa e talvez algum dos outros caras na banda tem uma idéia radicalmente diferente do que os fariam confortáveis. Quanto ao Izzy, tudo o que eu acho é que ele sempre foi muito quieto ao longo das últimas duas décadas. Izzy foi o primeiro a tirar o dele da reta, para dizer a verdade eu acho que ele é apenas um cara de família, um cara privado que gosta de fazer música quando ele quer, o que é bom pra ele se esse é o caso.
LRI: Muito obrigado Michelle, foi muito gentil da sua parte aceitar essa entrevista
Michele: Muito obrigada, e obrigada pelas adoráveis perguntas… Diga oi à sua linda esposa e sua família, e definitivamente, mantenha contato, se um dia quiser viajar no tempo dessa maneira.