O site Time Out Abu Dhabi entrevistou na última terça-feira(19) o tecladista do Guns N’ Roses, Dizzy Reed. Confira a entrevista abaixo.
Time Out Abu Dhabi: Que tipo de show podemos esperar em Abu Dhabi desta vez? Será que vai ser um show eletrizante de grande produção ou será mais despojado?
Dizzy Reed: Vai ser uma apresentação divertida e muito boa de rock’n’ roll.
Time Out: Qual será o setlist? Existem tantas canções clássicas para tentar e que se encaixam, então, você nunca tem argumentos sobre o que você quer tocar?
Dizzy: Eu estou no Guns N’ Roses há anos e nós nunca usamos um setlist para ser honesto! Não me interpretem mal, não há um modelo e um guia básico que podemos seguir, mas enquanto todo mundo está junto e preparado, então é legal. Eu acho que isso mantém as coisas fluindo melhor dessa forma, especialmente para os fãs, porque nós não queremos que eles vejam o mesmo show duas vezes. Isso é o que realmente importante para nós.
Time Out: A percepção da banda para algumas pessoas é a de que ela não é realmente o Guns N’ Roses e que é algo todo sobre o Axl. Isso não é um pouco injusto como alguém como você, que de uma forma ou de outra, está lá desde o início?
Dizzy: Há algumas coisas sobre isso. Para algumas pessoas, o Guns N’ Roses pode ser todo sobre o Axl e para algumas pessoas, talvez não. Para algumas pessoas pode ser sobre alguns dos caras que costumavam estar na banda e que não estão aqui mais, então eles não vão gostar do que estamos fazendo agora. Mas o que posso fazer sobre isso? Nada. As pessoas que não estão na banda agora não estão aqui porque elas saíram ou o que seja. Pessoalmente, eu acho que nós somos uma grande banda que esta junta o tempo todo e a formação que temos agora é, provavelmente, a melhor que já tivemos e no final do dia para as pessoas que dizem, ‘Não o é Guns N’ Roses, é alguma outra banda,’ eu digo, ‘Bem, este é o Guns N’ Roses e quando tocamos nossas músicas, sejam elas novas ou velhas, se o Axl as canta soando Guns N’ Roses.’ Sinto muito, é assim que me sinto.
Time Out: Isso não faz com que tudo seja sobre o Axl?
Dizzy: Talvez, eu não sei. Mas se você perguntar a ele, ele vai lhe dizer que isso é uma grande banda. Eu acho que é uma banda e sempre vai ser uma banda.
Time Out: Você diria ao Axl se ele tivesse um show ruim?
Dizzy: Já ouvi Axl dizer que ele teve um show ruim quando ele não teve e eu achei que ele teve um ótimo show. Da mesma forma, haverá tempos quando eu acho que eu tenho um show ruim e os caras vão me dizer que não é verdade isso. Eu já disse antes, há vezes que alguns de nós sentimos que o show foi horrível, mas os outros não sentiram isso e vice-versa, então se você tem muita gente na banda você sempre vai ter um bom show! É isso que eu acho!
Time Out: A formação original está propensa a se reunir?
Dizzy: Izzy [Stradlin, guitarrista original] e Duff [McKagan, baixista original] tem aparecido e feito algumas coisas com a gente, mas eu não vejo a banda original voltando.
Time Out: Qual é o rumor mais estranho que você já ouviu falarem sobre você?
Dizzy: Houve alguns rumores da razão pela qual eu comecei a tocar piano, que era porque eu estava intimidado na escola quando criança! Agora, alguém que me conhece ou cresceu comigo sabe quão ridículo é isso. O engraçado é que o boato começou em algum lugar na nossa equipe porque foi no nosso programa de turnê! Rock ‘ n’ roll não seria rock ‘ n’ roll sem alguns rumores loucos especialmente nos dias de hoje com as mídias sociais e assim por diante. Ei, vamos começar um boato agora. Diga a todo mundo que o Guns N’ Roses lançará um livro de receitas de rock ‘ n’ roll. Na verdade, isso não é uma má ideia.
Time Out: Como é acordar pela manhã e pensar: ‘Eu estou no Guns N’ Roses’?
Dizzy: No começo, eu costumava acordar e pensar sobre como foi legal, mas você não pode se permitir pensar dessa forma, porque você tem que ficar focado em seguir em frente. E digo a você que, quando as coisas são difíceis e se eu estou desanimado ou as coisas não estão indo do meu jeito, eu me lembro de como eu sou sortudo de estar fazendo isso pela vida e por ser parte desta grande banda por tanto tempo e fazer todas essas coisas incríveis. Isso é o que me faz continuar. Eu tenho muita sorte e eu vou continuar fazendo isso enquanto eu puder.
Time Out: Vocês estão um pouco velhos agora. Vocês ainda ficam em festa ou preferem ir para a cama cedo, com uma boa xícara de chá?
Dizzy: As noites de voltar para casa após um show e ir para a cama são um pouco mais freqüentes do que costumava ser, mas ainda gostamos de nos divertir. Nós ainda gostamos de festa. Este é rock ’n’ roll no final do dia. Basicamente nós deixamos nossos corpos nos dizer o que pode e o que não pode fazer. Nós ainda gostamos de uma boa hora. Não estamos totalmente vagabundos ainda!
Time Out: Você tem estado no Guns N’ Roses, praticamente, desde o começo. Você já teve algum tempo para pensar nos dias de glória da Sunset Strip e todo o rock e a cena do metal nos anos 80 e percebe o tão longe você chegou?
Dizzy: A principal coisa que eu penso sobre a volta, é que eu sobrevivi e um monte de gente não. Havia, literalmente, milhares de bandas de todo o mundo que parecia que tinham que estar em LA na época para conseguir um contrato de gravação e fazer isso. Muitas delas foram e viram, mas eu sempre estava determinado a sobreviver e continuar, não importa com o que. Era fazer ou morrer para mim. É tão estranho agora se você vai a Sunset Strip, porque é uma cidade fantasma. Não é como era. Ainda é divertido tocar lá e que eu volto eu me deparo ainda com alguns caras e nos relembramos algumas coisas, mas não muitas.
Time Out: Você acha que vai chegar ao estágio em que você não tocará mais “Sweet Child” e “Paradise City”, porque você vai ter um grande catálogo que você vai preferir tocar outras músicas?
Dizzy: Canções como ‘Sweet Child’ e ‘Welcome To The Jungle’ e assim por diante são canções poderosas, icônicas que seria realmente difícil de ter um show e não tocá-las. Não sei se há tempo suficiente para que possamos construir um catálogo tão grande como o dos Stones, por exemplo. Embora eu não consiga nomear uma música dos Stones dos últimos 20 anos… Seria muito interessante ver o que aconteceria se não tocássemos uma daquelas músicas. Imagino que haveria um motim.
Time Out: Qual foi pra você o maior momento de orgulho no Guns N’ Roses até agora e o que você ainda quer alcançar?
Dizzy: Todas as noites quando chegamos de um show, é um momento de orgulho para mim. E começar outro dia e ver pessoas, divertir-se e fazê-las felizes para duas, três ou quatro horas e ajuda-las a esquecer seus problemas. Não é fácil viver no mundo de hoje, se podemos facilitar as coisas um pouco, isso já me faz muito orgulhoso.
Retirado de: Time Out Abu Dhabi
Publicado por: Axl Rose – Fã Clube