Como relatado anteriormente, a autobiografia de Matt Sorum, “Double Talkin’ Jive: True Rock ‘n’ Roll Stories from the Drummer of Guns N’ Roses, the Cult, and Velvet Revolver” vazou recentemente na internet. Confira a seguir a tradução de alguns trechos e capítulos do livro.
- REUNIÃO
- THE PARTY ROOM
- RIVERPORT RIOT
- THE WARM-UP SHOWS
- ROCK IN RIO
- COMUNICAÇÃO
- THE RECORD PLANT
- MADISON SQUARE GARDEN
- IZZY DEIXA A BANDA
- I TURN THIRTY
- SLUSH IS ON THE PHONE
- FÉRIAS COM DUFF
- USE YOUR ILLUSION
- ESPECIAL PAY-PER-VIEW EM PARIS
- O SHOW DE TRIBUTO AO FREDDIE MERCURY
- SE HÁ UMA GAROTA QUE VOCÊ GOSTA, AGARRE-A RAPIDAMENTE
”Duff nem consegue olhar em meus olhos e dizer a verdade, e é isso que parte meu coração”
No verão de 2015, ouvi um boato de que Alice Cooper estava fazendo uma nova banda com Joe Perry (Aerosmith) e Johnny Depp. Eu senti que soava emocionante, então liguei para o gerente de Alice, Shep Gordon, que estava em sua casa em Maui.
“Shep”, falei, “Matt Sorum aqui. Como você está? Qual é a dessa banda Hollywood Vampires? ”
“Bem, você sabe”, disse Shep, “vamos tentar fazer alguns shows”.
“Quem é o seu baterista?”
“Oh, não temos baterista e baixista.”
“Bem, eu posso tocar bateria”, eu disse.
“Você está dentro!”
Com isso, encerramos a ligação.
Eu saí para o jardim. O ar estava parado e quente, como sempre é em junho em L.A. Fiquei tão feliz em ter falado com Shep. Em seguida, fiquei pensando quem poderia ser bom para o baixo. O primeiro cara que veio na cabeça foi Duff McKagan.
Voltei para dentro, liguei para Duff e disse: “Ei, cara, você está interessado em fazer parte dos Vampires?”
“Parece legal”, disse Duff.
Pouco tempo depois, falei com Shep novamente. “O que você acha sobre ter um estilo de ritmo como Velvet Revolver e GNR e levar isso para os Vampires? ”
“Eu amo isso!” Shep gritou.
Mais tarde naquele verão, nós – Alice, Johnny, Joe, Duff e eu, junto com Tommy Henriksen no violão e Bruce Witkin nos teclados— iniciamos os ensaios em Los Angeles. Tocamos duas noites no Roxy on Sunset Strip em meados de setembro e, em seguida, a verdadeira turnê começou, no “Rock in
Rio.”
Por alguma razão, eu tive que ir no jato particular com Alice,
Joe, Bruce, Tommy, Shep e Bob Ezrin, o super produtor. O avião da banda estava cheio, Johnny foi no seu próprio jatinho particular, mas Duff teve que pegar um vôo comercial. Não demorou muito tempo para ele me ligar: “Eu não posso
acreditar que sou um cidadão de segunda classe”.
“O que você quer dizer?” Eu disse. “Eu estou em uma cama de primeira classe indo para o Rio de Janeiro”
“Sim, não acredito que não estou nesse jato”.
Eu percebi que esse tipo de coisa realmente afetava Duff, porque ele nunca foi do segundo escalão em uma banda.
No Hollywood Vampires, era Alice, Johnny e Joe, os homens da frente. Ficamos realmente confusos, porque Shep sempre falava sobre os Vampires como uma espécie de supergrupo, não uma banda com três homens e músicos de aluguel. Duff e eu não estávamos nem nas fotos promocionais, e eu disse a Duff: “Sabe, essa é a primeira vez que eu não estive em uma foto da banda. Por que estaríamos nessa banda se não estamos na foto? ”
“Sim, cara, eu não gosto disso”, disse Duff. “É estranho.”
A coisa toda ficou ainda mais estranha quando chegamos ao Rio, onde os fãs estavam gritando por Duff e por mim quase tanto quanto por Johnny – e definitivamente mais do que quando viram Alice. O GNR claramente ainda é um grande negócio na América do Sul. O show em si foi muito divertido, mas a alegria que senti depois desapareceu em um instante quando alguém – não me lembro de quem – disse: “Eles vão voltar a se reunir, talvez tocar aqui”.
Curiosamente, era como se eu soubesse imediatamente quem “eles” eram e meu coração começou a acelerar no meu peito.
No vôo para casa, eu não conseguia pensar em mais nada, mas não disse qualquer coisa para Duff. Em vez disso, liguei para ele mais ou menos uma semana depois. “Vamos
almoçar.”
“Uh. . . Tudo bem – disse Duff. “Então, onde vamos?”
“Que tal Soho House?” Eu disse. Soho House é um clube de membros da Sunset Boulevard, então é meio chique. Duff então disse: “Oh, oh. . . ”
De qualquer forma, algumas horas depois, enquanto esperávamos nossa comida no restaurante, eu disse: “Duff, olhe nos meus olhos. Ou faça o que você quiser, mas olhe para mim – e diga que vocês não estão se reunindo novamente.”
Duff imediatamente olhou para a mesa.
“Duff, não, não, pare de olhar para baixo.”
Relutantemente, ele levantou os olhos e disse: “Bem, houve conversas, mas nada aconteceu. São apenas os advogados conversando. ”
“Falam sobre o que?”
“Sobre a banda voltar a se reunir.”
“Que banda?”
“Bem”, ele disse, “no momento somos apenas três membros nas conversas – eu, Slash e Axl.”
Eu olhei Duff diretamente nos olhos e disse: “Então você vai falar sobre mim, estou certo? Você vai me ligar antes que eu leia algo na internet? Você pode fazer isso para mim, como meu amigo de trinta anos, alguém que era padrinho do meu casamento? Apenas me avise, mano. Apenas me avise primeiro.”
Na mesma época em que Lemmy morreu, as notícias de que o Guns N’ Roses estava de volta rodava todo o mundo. Houve relatos de que Slash, Duff, e Axl, entre outras coisas, tocaria no Coachella em abril. Aquilo foi apenas a primeira das decepções. Eu nunca ouvi isso vindo de Duff
McKagan.
No funeral de Lemmy, em Los Angeles, em 9 de janeiro, Duff e Slash estavam sentados na minha frente, na primeira fila da capela. Não foi nada fácil me concentrar nas palavras que eu queria dizer sobre Lemmy. Meus pensamentos estavam girando em volta da minha cabeça. Muitos dos meus amigos morreram em poucos meses (incluindo meu antigo
companheiro de banda Scott Weiland), e ficamos todos tristes com isso, mas ficou claro que não conseguimos nos preocupar um com o outro enquanto ainda estávamos
vivo.
Continuei ligando para Duff, mas ele estava constantemente fugindo de mim, e eu percebi que ele não estava dizendo a verdade. “Duff, o que está acontecendo?” Eu disse.
“Bem, Axl quer usar o baterista”, disse ele. “Mas o cara nem consegue tocar bateria. Eu tenho que falar com Axl e dizer que realmente não posso tocar com esse cara.”
“Espera!” Eu disse. “Como assim, você acha que ele não é bom? E você não pode contar isso para o Axl? Essa seria a primeira coisa que eu diria se eu fosse o baixista e você fosse o baterista. Não lembra o porquê chamei você para tocar nos Vampires? Porque você é meu baixista favorito.”
“Vamos lá, cara.”
“Não. . . . Vá até Axl e diga a ele que você me quer na bateria. Agora”
“Oh, cara”, disse Duff, sua voz meio que estava encolhendo. “Eu já assinei o contrato.”
“Que contrato?”
Mas ele não quis dizer mais nada. Mais ou menos uma semana depois, eu tocaria com minha própria banda, Kings of
Caos, em Cabo San Lucas. Duff foi contratado para fazer o show e voou com sua esposa. Como estávamos sentados na van no caminho para o show, perguntei novamente: “Então, o que está acontecendo?”
“Estamos apenas ensaiando. Estamos esperando Axl tomar sua decisão. ”
Em seguida ele teve um de seus ataques de pânico. Eu fiz o que costumava fazer: abracei e o segurei até pararmos a beira da estrada. Eu olhei para sua esposa, mas ela permaneceu sentada, sem saber o que fazer. Ele parou de tremer depois de um tempo, e saímos da van para tomar um ar. Ao caminharmos juntos pela estrada, eu disse: “O que está acontecendo com você?”
Ele não respondeu e apenas evitou me olhar.
– Você pode me dizer, Duff. Eu sou um homem; Eu aguento.
Mas ele não conseguiu. Ele não podia me dizer a verdade, e isso quebrou meu coração.
Algumas semanas depois, o Hollywood Vampires foram contratados para realizar uma homenagem a Lemmy no Grammy Awards. Eu pensei que chegaríamos juntos, mas durante os ensaios eu descobri que não íamos juntos como uma banda para o tapete vermelho.
Liguei para a co-gerente dos Vampires, Trudy Green – uma britânicoa. Mulher com um sotaque chique – e perguntei se houve algum tipo de mal-entendidos.
“Oh não, querido”, disse ela, o que, vindo de um britânico, significa Foda-se!
– “são as três principais figuras caminhando juntas; além disso, Duff não quer entrar com eles. ”
“Assim . . . Duff não quer andar no tapete vermelho com a banda?”
Liguei para ele imediatamente.
“Cara. . . . Deveríamos entrar com Alice, Joe e Johnny como uma banda.”
Mas, para minha surpresa, ele disse: “Oh não, cara. Eu estou legal, cara. Eu vou ir com minha esposa e filha. ”
Eu não entendi, então eu disse: “Vamos lá, cara. . . . Vamos.”
“Não. . . . Está tudo certo.”
Ele transmitiu vibrações negativas, mas eu não disse mais nada.
Trudy e eu já havia discutido sobre como seríamos
introduzido. Ela só queria que Alice, Joe e Johnny fossem mencionados para subir no palco. Por isso, quando vi Dave Grohl, contei tudo a ele. Ele franziu a testa e disse: “Eu vou chamar você, mano.”
Pouco tempo depois, eu o ouvi lendo o roteiro, e me apresentando, assim como Duff: “E agora, pela primeira vez na TV, acompanhados por Matt Sorum e
Duff McKagan, vamos ouvir Alice Cooper, Joe Perry e Johnny Depp. os Hollywood Vampires”.
Tocamos “Ace of Spades”, em homenagem a Lemmy, e “As Bad as”
Também tocamos ”I Am ”, escrito por Johnny Depp.
Alguns meses depois, durante a turnê mundial do Hollywood Vampires, fui com Johnny Depp em uma excursão privada do ”Alcatraz”. Johnny havia interpretado o gangster
Whitey Bulger em um filme chamado Black Mass. Enquanto era mostrado o local de gravação, recebi uma ligação do
gerente de Axl, Fernando, que eu conheci (junto com sua mãe, Beta) quando ele era um jovem garoto no Brasil que Axl decidiu levar para sua casa.
“Olá, amigo”, escreveu ele. “Como você está? Apenas querendo saber como anda sua agenda. Queria saber se você está interessado em participar de alguns shows e tocar algumas músicas. Avise-me se querer.”
Eu olhei para o meu telefone; eu mal podia acreditar no que meus olhos estava lendo. Eu respondi um pouco
depois, dizendo que eu verificaria minha agenda.
Johnny e eu nem tínhamos saído da ilha antes que meu gerente ligasse para dizer que Fernando se ofereceu para pagar todas as minhas despesas de viagem e custos de hotel.
Se eu concordasse em me juntar à banda. Essa era a única forma de pagamento que receberia. Pedi ao meu gerente que voltasse a falar com ele (Fernando) e dizer com uma gentileza ”não, obrigado.”
Quando minha turnê com os Vampires terminou, recebi uma mensagem do Duff: “Ei Matt. Eu só quero dizer que sinto sua falta e te amo uma TONELADA. Quando as coisas estavam acontecendo e tinha as coisas com Frank. . . . eu tive que
recuar basicamente de tudo, espero que você e eu possamos resolver as coisas”
Mano. Amo o Duff.
Suas palavras despertaram todos os tipos de sentimentos em mim, e um dia no final de setembro, enviei uma mensagem para sugerir um almoço no Le Pain Quotidien na Avenida Melrose.
No minuto em que ele chegou, Duff tentou me abraçar. Estava tão desconfortável que eu recuei um pouco. Algo parecia diferente nele, como se ele de repente tinha um ar de quem tinha muito dinheiro e sucesso. Quando ele se sentou à mesa, ele disse: “Não sei por que você não veio tocar conosco quando ligamos”
Perguntei.
“Nós? Por que você não me ligou em vez de mandar seu
gerente fazer isso?”
“Bem, eu pensei que a gerência pudesse lidar com isso.”
“Aquele garoto de dez anos?”
“Ele não tem mais dez anos”, disse Duff, “ele tem trinta e cinco”.
Ficamos em silêncio por alguns minutos. Duff olhou para a mesa. Fazia isso sempre que se sentia desconfortável ou encurralado.
“Lá teria ganhado dinheiro “, disse ele.
Eu olhei para ele, sem saber o que dizer. Depois de um tempo, eu disse:
“O bom de tudo isso é que Izzy e eu começamos a sair de novo. ”
Quando as palavras saíram da minha boca, Duff ficou com um olhar sombrio nos olhos.
“Foda-se Izzy!” ele perdeu a cabeça.
Eu sabia que a má reação dele foi por causa de Izzy recusá-los, então eu disse calmamente: “Bem. . . Izzy disse foda-se para vocês também.”
Duff não respondeu. Em vez disso, ele apenas cutucou sua comida – ele realmente não parecia estar com fome – depois olhou para o relógio e disse: “Tenho que ir”.
“Onde?” Eu perguntei.
“Ensaio.”
“Ensaio? Vocês não acabaram de sair de uma turnê de três meses? Por que vocês estão ensaiando?
“Porque não temos você na bateria”, disse Duff.
Nos levantamos. Quando estávamos saindo do restaurante, dois caras vieram para nós, querendo tirar fotos.
Duff congelou e explicou que não era o momento certo. Eu
imediatamente soube o porquê: ele estava com medo de Axl descobrir que ele esteve comigo.
Na rua, Duff desajeitadamente tentou me abraçar novamente, então ele caminhou até o carro e foi embora. Naquele momento, ele parecia como um completo estranho para mim, como alguém que eu não conhecia. Mas talvez era eu quem havia mudado e ele era o mesmo de sempre?
O que eu tenho certeza é que nossa amizade não foi a única coisa que terminou – nossa parceria musical de 28 anos também terminou. Eu não seria mais capaz de ligar para ele ou Slash e perguntar se eles querem tocar comigo. A máquina GNR os havia consumido. Eu sabia que não seria mais capaz de confiar nesses caras. Pela primeira vez, me senti completamente no meu próprio caminho.”
– A ideia era ter alguns dias de descanso antes do primeiro show pra valer da tour, no dia 24 de Maio
– Ao invés disso eles foram ao estúdio gravar “Back Off Bitch” e “Ain’t Going Down”
– Por alguma razão ele e Duff começaram a brigar no estúdio, mas ele não lembra o porque, além do mais os dois viviam brigando como irmãos
– A tour começou no Alpine Valley Music Theatre e foi quando Matt descobriu de verdade quem era Dizzy Reed
– Voltando para o hotel Matt ouviu barulhos altos vindo do corredor, ele percebeu que vinham do quarto do Dizzy
– Quando ele abriu a porta se deparou com Dizzy sorridente, acompanhado de umas 10 garotas
– Dizzy tinha se mostrado quieto até aquele momento, algumas semanas depois Matt também flagrou Dizzy recebendo sexo oral, sentado no sofá do Matt
– O camarim do Duff ficava ao lado do Matt, e ele ficava por lá com seu técnico de baixo, Mike Mayhew
– Slash ficava junto com seu técnico de guitarra, Adam Day
– E Axl ficava sob os cuidados de Tom Mayhew, em seu camarim sempre tinha um tanque de oxigênio que Axl adorava usar
– Matt lamenta que não podia levar garotas para lá pois sempre tinha gente
– Eles então criaram uma sala especial, cheia de bebidas, e deram o nome de “Party Room” (Quarto da Festa)
– Após o show eles iam para o camarim e lá estava cheio de fotos Polaroid com algumas garotas da platéia para escolherem, além do sistema de TV
– Matt sempre tomava um banho após o show, Izzy ia direto para o ônibus e Axl ia para o seu camarim
– Como resultado era apenas ele, Duff e Slash que ficavam curtindo depois do show
– Duff e Slash não entendia o lance do Matt tomar banho depois dos shows. Matt diz que os dois eram muito sujos
– Slash vestia a mesma calça de couro por toda a semana e até dormia com a mesma calça
– Slash e Duff sempre comiam pizza ou McDonald’s após os shows, enquanto Matt preferia comida de verdade
– Uma vez Matt chegou ao Party Room e encontrou Sebastian Bach lá, ele ficou puto e pediu para o gerente da tour não deixar ninguém além da banda entrar no quarto primeiro
– Sebastian Bach logo tratou de ficar amigo de Axl
– Axl às vezes ia até o Party Room também
– Matt começou a perceber que várias garotas que a banda não tinha escolhido começaram a aparecer no Party Room
– Ele então percebeu que a equipe de produção dos shows estava convidando elas
– Matt diz que isso não era bom pois os cara da equipe eram porcos
– Matt então foi até Slash e Duff e contou a situação, dizendo que aquelas garotas certamente tiveram que fazer sexo oral nos caras da esquipe para conseguir acesso
– Ele reclama que não quer pegar uma garota que horas antes “chupou Butch, o motorista do caminhão”
– Matt então conta a história para Opie, o gerente de produção. Opie parece confuso sobre toda a situação
– Matt sugere que cada pessoa da produção que fizer sexo com uma dessas garotas, deve escrever as inicias do seu nome no passe de backstage da garota
– Slash aprova a sugestão do Matt
– Alguns dias depois, Matt vê Axl conversando com uma garota e percebe que ela tem 4 iniciais diferentes anotadas no seu passe
– Como eles quase não falam com Axl, ele não deveria estar sabendo do sistema de iniciais
– Matt conta para Duff e nenhum dos dois conta para o Axl
– Tudo o que Matt sabe é que a garota entrou no avião com Axl
– Em uma ocasião Slash chamou Matt para o quarto de hotel dele, chegando lá tinha por volta de 20 garotas nuas
– Slash estava na cama com 4 garotas. Sebastian Bach estava no quarto também, fazendo sexo oral em uma garota
– Matt notou que a garota não parecia satisfeita e então tirou Sebastian de lá e “ensinou” ele a fazer sexo oral na garota
– A banda chegou em St. Louis no dia 2 de Junho por volta das 4 da manhã
– Passaram o dia dormindo e andando pelo hotel. Izzy chegou a tarde em seu ônibus
– A banda chegou atrasada para o show e o organizador do evento foi recebê-los e disse que “Seria um ótimo show!”
– Dois dias antes, no Alabama, Axl do nada abandonou o palco e a banda foi obrigada a fazer jams até que Axl resolveu voltar ao palco
– No show de St. Louis tudo corria bem até que Axl desapareceu do palco e foi para o backstage
– Matt pensou que teriam que ficar fazendo jams como no show anterior
– Pouco tempo depois Axl voltou vestindo sua jaqueta de penas pretas e começaram a tocar “Rocket Queen”
– Axl estava bem mas parecia distraído com algo na frente do palco, até que ele chama os seguranças e aponta para alguém
– Ficou claro que ele não estava satisfeito como algo platéia
– A próxima coisa que Matt se lembra foi do Axl pulando na platéia e saindo no soco com alguém
– Matt continuou tocando, Axl voltou ao palco, agradeceu os seguranças de merda e arremessou o microfone ao chão
– Ele parou de tocar e olhou para os outros membros. Percebeu que nenhum iria fazer nada, levantou-se e foi atrá do Axl
– Matt diz que como ele conhecia Axl bem e sabia falar com Axl, ele foi direto ao camarim dele
– Chegando lá perguntou se Axl estava bem. Axl disse que havia perdido as lentes de contato dele, durante a briga
– Matt diz que eles deveriam voltar ao palco. Axl concorda mas que primeiro precisar achar outras lentes para colocar
– Matt concorda e volta para o palco, mas o tumulto já havia iniciado
– 10 minutos depois Axl volta ao palco mas já era tarde demais, diversos objetos já estavam sendo arremessados no palco
– Alguém disse para voltarem ao palco mas o gerente da tour diz que já não era mais seguro
– Matt diz então que talvez fosse bom eles fazerem um anúncio, novamente o gerente diz que não
– O técnico de bateria dele estava tentando proteger a bateria de ser roubada. Ele diz para o técnico não se preocupar pois ele havia ganhado a bateria
– Os equipamentos do Slash já haviam sido roubados
– O plano original era que Matt e Duff dividisse uma limosine, Slash e Dizzy outra e Axl teria o seu próprio carro
– Quando chegaram ao estacionamento John gritou “Foda-se as limosines! Não temos tempo. Entrem na van!”
– Então todos entraram na van, Axl foi sentado na frente. Izzy já tinha deixado o local
– John disse para o motorista ir para o hotel. Matt pediu para o Slash tirar a cartola pois chamava a atenção, ele recusou-se
– Entraram no hotel para pegar as malas, Duff voltou dizendo que estava na TV que Axl havia iniciado o tumulto e que a polícia estava procurando por ele
– Eles ainda estava usando as roupas do show, incluindo Axl com sua jaqueta de plumas pretas
– Todos se abaixaram na van e eles seguiram viagem até Chicago
– No caminho Axl disse estar com fome e eles pararam para comer na Waffle House
– Todos na Waffle House ficaram olhando para eles pois estavam usando as roupas do show
– Matt pediu para colocarem no canal de notícias e eles viram a proporção que as coisas tinham tomado após a saída deles
– Uma foto do Axl apareceu na tela e dizia que a polícia estava atrás dele
– Axl tentava processar as informações. John diz para eles irem embora e seguirem viagem.
– Em Março de 1991 todos se encontraram no Mates Studio, Doug Goldstein (empresário) e John Reese (gerente da tour) estavam lá também
– John mostra um modelo do palco da futura turnê
– Todos, menos Axl, Doug e John veem aquilo com um olhar cético
– Axl diz que o palco se parece com um avião bombardeiro, onde as asas seriam as rampas
– Slash e Duff não gostaram da ideia, embora isso não preocupou Axl, que continuou calmamente explicando o palco
– Cada um dos integrantes teria um camarim abaixo dos amplificadores
– Matt começou a se empolgar com a ideia e logo comecou a fazer planos, porém foi interrompido por Axl
– Axl queria saber sobre o avião que transportaria a banda
– John mostrou a foto de um jato G4 e Axl perguntou se não era o mesmo que o Motley Crue usava, John confirmou que sim
– Axl então diz que quer um avião maior e John mostra então o 727 MGM Grand que tinha cabines privadas, banheiras, bar, TV, etc
– Todos, menos Izzy, estavam realmente felizes. Izzy diz que não quer um avião e que não iria pagar por nada daquilo
– Ele diz que irá usar um ônibus. Ele e sua namorada.
– Como eles nunca tinham um setlist, foi decidido que eles saberiam tocar todas as músicas
– Os primeiros 3 shows não foram anunciados, eles apenas os chamaram de “The Warm-Up Show” e foram uma espécie de ensaio aberto
– Axl abriu o primeiro show dizendo que aquilo era um ensaio, mas a platéia não se importou
– Após o show Matt perguntou ao Duff e Slash onde seria o “after-party”. Nenhum dos dois sabia o que o Matt estava perguntando
– A resposta dos dois confundiu Matt, que esperava encontrar garotas esperando por eles no fim do show
– Isso sempre acontecia nos shows do The Cult mas com o GN’R parecia ser diferente
– Matt então sugere colocar câmeras filmando a platéia e uma TV no camarim que iria mostrar as imagens
– Pela TV eles iriam escolher quais garotas iriam ser chamadas para o backstage
– Duff e Slash ainda parecem confuso sobre o assunto, questionando como fazer isso
– Matt diz na biografia: “Não estou dizendo que Duff e Slash eram burros. Mas eles ‘eram’ burros.”
– Para os próximos shows colocaram essa idéia em prática e começaram a selecionar as garotas que iriam ao backstage.
– No ínicio de 1991 eles ainda não tinham terminado as gravações, Axl ainda tinha 4 músicas para colocar os vocais
– Eles já tinham a turnê mundial marcada, sendo o Rock In Rio o primeiro show
– Só começaram a ensaiar para o show uma semana antes, foi a primeira vez que o Matt tocou as músicas do Appetite
– Axl nunca apareceu para os ensaios
– Quando chegaram ao Aeroporto do Galeão encontraram milhares de fãs esperando a banda
– As pessoas foram seguindo a van e se jogavam nela. Todos correndo atrás do carro e gritando o nome da banda
– Matt e Izzy estavam na mesma van
– Quando chegaram ao hotel os fãs já pareciam conhecer o Matt pois gritavam o seu nome
– Matt, Slash e Duff foram direto para o bar e pediram o drink brasileiro mais famoso… caipirinha
– Um cara que parecia ser policial perguntou se eles precisavam de alguma coisa e ele disse que precisava de cocaína
– O homem disse que iria providenciar e algumas horas depois entregou 7 gramas da mais pura cocaína possível
– Isso foi no dia 17 de Janeiro. O primeiro show só aconteceria no dia 20, então ele teria um dia para se recuperar das drogas, um para o ensaio e então o show
– Matt estava com a namorada e ambos ficaram usando drogas no quarto, perdeu a noção do tempo e praticamente não dormiu nenhum dia
– Após ser chamado para o ensaio, Matt entra na van e logo Izzy percebe que ele está chapado
– Já de volta ao hotel começa a ter visões de um homem escalando um prédio de frente ao hotel
– Earl, segurança do Axl, bate no quarto dele e avisa que o Axl quer que ele faça um solo de bateria em algum momento do show
– Ele questiona em que momento seria o solo. Earl apenas diz que o Axl avisará na hora
– Indo para o estádio ele percebe que nunca havia ensaiado de fato com o Axl
– Na verdade, a primeira vez que ele ouviu o Axl cantar ao vivo teria sido horas depois no show
– No show Axl apresentou Matt e ele começou a fazer o solo. Em algum momento do solo Axl ficou do lado do palco assistindo
– Quando ele vê as fotos do show ele percebe o tanto que ele estava inchado devivo ao abuso de álcool dos anos anteriores
– No dia seguinte ele, Izzy e as namoradas foram a um shopping e logo foram descobertos por fãs, sendo obrigados a saírem às pressas
Enganamos a polícia de Chicago com um dublê e quebramos o recorde de Bruce Springsteen para o show mais longo do Fórum.
O sentimento de que éramos um grupo de caras em uma aventura louca havia desaparecido completamente quando chegamos a Chicago uma hora mais tarde. Todo mundo estava realmente muito contente quando entramos no nosso hotel Four Seasons, no centro da cidade. Pela primeira vez, realmente nos beneficiamos de nossos nomes falsos. Eu usei o mesmo de sempre – Dr. Lingus – e Slash e Duff também usaram o deles: Phil e Luke Likesheet.
Antes de chegarmos ao hotel, John havia dito o que estávamos esperando: que teríamos que cancelar pelo menos alguns shows. O mais importante era levar Axl em um avião para Los Angeles o mais rápido possível.
Antes de termos tempo para fazer isso, no entanto, a polícia de Chicago descobriu onde estávamos e veio prender Axl para que eles pudessem extraditá-lo às autoridades do Missouri. John recebeu uma ligação na recepção e rapidamente conseguiu elaborar um plano para tirá-lo de lá.
Naquela época, havia um cara em nossa equipe chamado Ronnie Stahlnecker. Ele trabalhou principalmente para Slash e até se parecia um pouco com ele, com seus cabelos longos, escuros e encaracolados – embora ele fosse realmente muito maior que Slash. Nós o vestimos com chapéu, jaqueta e óculos de sol do Slash, e fizemos o nosso fotógrafo, Robert John, se parecer com o Axl – bandana na cabeça e tudo. Ele era simplesmente aquele de nós que mais se parecia com Axl, e embora ele também pesasse consideravelmente mais do que seu colega na vida real, o resultado ainda era aceitável.
Quando ficaram prontos, enviamos os chamarizes para o saguão. Eles não haviam chegado muito mais longe do que a entrada do hotel antes que vários policiais corressem, agarraram eles, forçaram as mãos atrás das costas e os algemaram. Eu não pude deixar de sorrir enquanto olhava pelas janelas no saguão e os via sendo empurrados para dentro de carros da polícia e sendo levados.
Enquanto tudo isso acontecia, Axl havia escapado por uma porta na parte de trás do hotel e entrado em um carro que o levaria ao aeroporto. Ele conseguiu embarcar em um avião particular para Los Angeles sem ser preso e passou vários dias escondido com um advogado, elaborando um plano de como eles o defenderiam no processo que todos sabíamos que estava por vir.
O resto da banda ficou para trás em Chicago, tentando descobrir como íamos seguir em frente e começar de novo. Um grande problema prático foi que a maioria de nossos equipamentos havia sido roubada ou destruída durante o tumulto.
Em apenas cinco dias, conseguimos substituir tudo o que havíamos perdido e, graças a uma equipe de advogados, também conseguimos garantir que Axl pudesse se juntar a nós no palco novamente. Em 8 de julho, estávamos prontos para continuar a turnê com um show no Starplex Amphitheatre em Dallas. Ou, pelo menos, Duff, Slash e eu estávamos prontos. Como sempre, ficamos esperando Axl no camarim.
Depois de quase duas horas sem um único vislumbre dele, senti meus níveis de irritação e ansiedade aumentando. Eu também estava preocupado que parte da platéia acabasse se machucando novamente. “Porra, ele está fazendo isso de novo”, eu disse a Slash e Duff. “Nós vamos ter outro tumulto. Teremos que buscá-lo.
Slash acendeu um cigarro e disse: – Pegue algo para beber. Relaxa!”
Isso praticamente resumia Slash – e Duff – em poucas palavras. Eles nunca lidaram com nenhum problema e preferiam fingir que não existiam.
“Foda-se”, eu disse. “Eu vou buscá-lo.”
Saí para o corredor e fui até o camarim de Axl.
Havia um segurança do lado de fora.
“Saia da porra do meu caminho”, eu disse.
“Ninguém entra aqui”, ele me disse.
Embora ele fosse muito maior que eu, eu consegui empurrá-lo para um lado e entrar no camarim de Axl. “Cara!” Eu gritei.
Examinei a sala em busca de Axl, que estava sentado no sofá. Eu estava prestes a gritar “Vamos lá, cara!” mas parei quando vi como ele estava sentado – tipo debruçado, com a cabeça nas mãos. Não era o Axl que eu estava acostumado a ver.
Confuso, sentei-me ao lado dele, coloquei a mão no ombro dele e disse: “O que está acontecendo, cara?”
Axl balançou a cabeça lentamente e disse: “Eu não consigo. Eu não posso ir lá fora.” “Não pode fazer o quê?”
“Eu não posso ir lá em cima. Eu simplesmente não posso.”
Axl realmente era o oposto do resto de nós. Nós apenas tocávamos e não nos preocupávamos com nada, enquanto ele levava toda a merda que estava acontecendo em sua vida no palco com ele. Ele estava preocupado com o tumulto, com os fãs, sobre como ele deveria aparecer na frente deles e olhá-los nos olhos.
“Você precisa parar de colocar toda essa pressão em si mesmo”, eu disse. “Somos uma banda. Vamos!”
“Estou com medo”, disse ele. “Eu não posso fazer isso.”
“Você pode”, eu disse a ele. “Você precisa chegar lá e deixar tudo o que está pensando aqui. Divirta-se e esqueça toda essa merda.” Antes que ele pudesse argumentar, levantei-me do sofá e disse: “Você sai quando estiver pronto – mas venha logo. Caso contrário, teremos outro tumulto em nossas mãos, Axl, e realmente não queremos isso. Vamos.”
Ele olhou para mim e disse: “OK. Apenas me dê alguns minutos. “Tudo bem”, eu disse. “Alguns.”
Voltei para os outros no camarim. “O que você fez?!” Duff perguntou no minuto em que entrei. Tanto ele como Slash pareciam nervosos.
“Eu conversei com ele”, respondi. De repente, eu não conseguia conter a irritação que vinha sentindo há algum tempo e acrescentei: “Você está apenas permitindo o comportamento dele, você sabe disso. Você está criando um monstro. ”
“Oh, cara”, Slash murmurou, parecendo desconfortável. Tanto ele como Duff eram tão passivos; eles deixaram Axl andar por cima deles. Se Axl não estava de bom humor, era como se o chão ao seu redor estivesse subitamente coberto de casca de ovo. Todo mundo tinha que andar na ponta dos pés para evitar irritá-lo.
Acabamos conseguindo sair para o palco em Dallas naquela noite, e foi realmente um bom show – mesmo que a multidão estivesse vaiando no começo. Havia tanta emoção no ar que parecia um trabalho duro – embora talvez não fosse para Slash e Duff, que estavam bêbados. No mínimo, eu pensei que tinha tido uma boa conversa, embora estranha, com Axl; parecia que eu finalmente tinha chegado até ele. Infelizmente, não fez a menor diferença e, poucas semanas depois, Axl teve outro ataque de pânico e se trancou em seu camarim – desta vez no Anfiteatro Shoreline, perto de São Francisco.
O organizador, o lendário promotor Bill Graham, enlouqueceu e começou a bater à sua porta. “Trabalhei com Jimi Hendrix, Janis Joplin, Grateful Dead, The Doors”, ele gritou. “Mas nem uma vez eu tive que suportar essa merda!”
O comportamento imprevisível de Axl foi obviamente um desafio para todos os envolvidos, inclusive eu, e talvez por isso me senti tão exausto alguns dias depois quando entramos no palco para quatro shows no Great Western Forum em Inglewood. Realmente não ajudou que nós sempre tocássemos bem tarde da noite e também tocávamos por um longo tempo. Antes do último show lá – que também passou a ser o último show da nossa perna norte-americana – eu realmente me senti uma merda. É por isso que, antes do show, fui buscar algumas doses de B-12 e acupuntura com Steve, um acupunturista particular que nos seguiu em turnê. Nossa gerência estava disposta a fazer o que fosse necessário para nos manter em pé.
Enquanto eu estava deitado no sofá do camarim, com agulhas em cima de mim, Slash entrou e disse: “Axl quer que toquemos todas as músicas que conhecemos hoje à noite”.
“De jeito nenhum!” Eu resmunguei.
Um pouco mais tarde, quando eu estava de pé, alguém veio até mim e disse: “Cher realmente quer conhecer Duff.”
A multidão estava cheia de celebridades naquela noite – pessoas como Arnold Schwarzenegger, Keanu Reeves e Johnny Depp. Virei-me para Duff, que estava parado de lado e gritei: “Duff, Cher quer chupar seu pau!”
“Oh não”, ele resmungou.
“Vamos lá, Duff”, eu disse. “Vamos encontrá-la.”
Duff pareceu um pouco desanimado, mas murmurou: “OK”.
Então fomos ver Cher, que estendeu a mão para Duff e disse: “Oi” naquela voz profunda dela. Ela estava realmente devorando-o com os olhos.
Naquele momento, John veio nos dizer que era hora de começar o show, salvando Duff.
Para mim, foi um grande negócio tocar no Fórum, já que eu tinha visto tantas grandes bandas lá na adolescência. Agora eu era quem estava por trás da bateria, olhando para a multidão. É isso! Eu pensei.
Realmente teria sido um final perfeito para essa parte da turnê se Axl não tivesse decidido que precisava quebrar o recorde de Bruce Springsteen para o show mais longo do Fórum – ganhando para si um recorde mundial do Guinness no processo. O show parecia que nunca iria terminar, e no meio de “Paradise City”, eu me perdi um pouco quando vi Keanu Reeves, que estava na primeira fila, batendo cabeça como um louco.
Axl reagiu imediatamente, me dando um olhar encorajador e apontando para o relógio. “Continue!” ele gritou.
– Matt começou a aumentar a frequência que ia até o Crazy Girls (bar de strip) e quase sempre usava cocaína lá
– Estavam tendo bastante dificuldades para gravarem “Breakdown”
– Aparentemente Izzy não conseguia se concentrar em “November Rain” e apenas gravou alguns overdubs
– Izzy começou a tocar “Double Talkin’ Jive” e Matt começou a acompanhar ele, depois gravaram em 1 take. Slash gravou a música “ao vivo”
– “Breakdown” continuava sendo um problema, Matt não entendia as paradas na música e as batidas inconsistentes
– Então Axl foi ao estúdio e perguntou se Matt poderia ficar lá com ele pra tentarem acertar “Breakdown”
– Matt disse que ficaria o tempo que fosse necessário e Axl parece ter gostado dessa atitude dele
– Axl perguntou se Matt conhecia um determinado restaurante que vendia caviar. Matt disse que nunca havia comido caviar
– Pouco tempo depois estavam os dois sentados no chão do estúdio, comendo caviar e bebendo vodka
– Axl começa a desenhar o que parece ser um gráfico e começa a explicar para o Matt como funciona os direitos de publicação das músicas
– Então Axl diz que vai dar uma “fatia” dos direitos para o Matt, aproximadamente 10%
– Dois ou três dias depois Matt fica sabendo que Slash não concordou com o que foi proposto por Axl
– Matt simplesmente aceita mas diz que se arrepende de não ter conversado novamente com Axl sobre isso
– Axl e Matt trabalharam por mais 3 dias em “Breakdown”
– A banda, menos Axl, continuou as gravação e as crises de ansiedade do Matt só aumentavam
– Depois de um tempo Axl apareceu novamente no estúdio com a idéia de lançar os álbuns duplos e simultaneamente
– Ele já tinha toda a ideia na cabeça, de ter duas capas com cores diferentes, e tinha levado a pintura original até o estúdio
– Axl queria lançar os discos duplos pois sabia que eles custavam mais caro e assim as lojas não deixavam eles nas prateleiras comum e sim colocavam eles em lugar de destaque no balcão
– A ideia era de que as pessoas não precisassem procurar pelo disco, elas simplesmente iriam vê-los na exposição da loja
– Em Agosto eles mudaram para o estúdio Record Plant, Slash queria gravar mais overdubs de guitarra
– Matt ficou meio puto com isso pois Slash vivia dizendo pra ele não fazer muitos takes das músicas, que iria perder o estilo rock n’ roll das músicas
– Slash não queria que ninguém ficasse vendo ele gravar as partes de guitarra, ele se sentia muito deconfortável em ter gente olhando
– Mike Clink transformou um dos estúdio em um lugar para o Axl dormir, a fim de tentar manter ele mais tempo no estúdio
– Como o aluguel do estúdio era caro e muitas vezes eles ficavam lá de bobeira, eles acabaram gravando alguns covers que depois entrariam no Spaghetti
A Organização Clitóris aparece e eu encontro Donald Trump pela primeira vez.
No intervalo entre as pernas européias e norte-americanas / japonesas de nossa turnê, comprei um condomínio em Shoreham Towers, tornando-me vizinho de Axl no processo. Minha casa ficava no sexto andar, acho que o número 607, na esquina. Da janela do meu quarto, pude ver a Tower Records e a Sunset Strip. Paguei algo em torno de $ 175.000 por isso, o que não é nada agora.
Durante a turnê, estávamos nos hospedando nos hotéis Four Seasons e Ritz Carlton, e lembro-me de querer que meu apartamento parecesse o interior de uma suíte Ritz Carlton, que era muito art-déco na época. Antes de partirmos para a Europa, eu também havia comprado um Porsche, e as pessoas costumavam virar e olhar porque me reconheciam dirigindo, algo que era muito novo para mim. Talvez tenha sido porque os discos do Use Your Illusion haviam sido lançados naquele momento – em 17 de setembro, para ser mais preciso – e lembro que Duff me ligou no dia seguinte para dizer: “Você não vai acreditar, mas vendemos dois milhões de discos em um dia.”
A turnê começou de novo, assim como a deboche. Agora, o Party Room havia se tornado um aquecimento pré-show para entrarmos na vibe. Separamos uma sala no local onde Slash, Duff e eu e, às vezes, Dizzy íamos se queríamos ver garotas brincando com vibradores ou se pegando. Gilby realmente não participava, pois ele era casado com uma linda garota chamada Daniella. Ele era muito leal e não era muito festeiro como o resto de nós. Um cara legal em geral – todos nós gostávamos dele.
O resto de nós era diferente quando as esposas e namoradas estavam por perto. Nós as apelidamos de Organização Clitóris – Chicks Linking Information Together. Você tinha que ter cuidado quando a Organização Clitóris estava por perto… Uma vez que uma esposa soubesse de algo, ela contaria às outras. Todos estavam apenas protegendo seu próprio santuário.
Por sorte, as esposas e namoradas só estavam interessadas em vir para as “boas” cidades como Nova York, Chicago, L.A. e Paris. Nenhuma delas apareceu em Iowa. Como resultado, enfrentamos todos os tipos de travessuras em pequenas cidades como essa. É também por isso que organizamos as coisas de maneira diferente nos bastidores quando, depois de dois shows em Worcester, Massachusetts, chegamos ao Madison Square Garden de Nova York em 9 de dezembro.
Nós deveríamos tocar três noites seguidas lá, cada uma delas há muito tempo esgotada (poderíamos ter feito dez shows lá, se quiséssemos). Era um pouco como o filme The Song Remains the Same, do Led Zeppelin. Mas, infelizmente, não ganhamos dinheiro com esses shows, porque, como sempre, Axl estava atrasado, o que nos custou US $ 250.000 em multas por noite. Ainda assim, quando finalmente tocamos, foi divertido, e após o nosso primeiro show, Donald e Ivanka Trump vieram até nós. Terminamos de tocar o nosso bis e estávamos todos suados, bebendo cerveja. Lembro-me que Axl olhou Trump da cabeça aos pés e disse: “Você conhece a nossa música?”
Ele sorriu e respondeu: “Não, eu vi você na revista Forbes”.
Antes do segundo show, Billy Joel veio ao nosso camarim. Costumávamos ter caixas de plástico cheias de gelo, com todos os tipos diferentes de cerveja gelada, vinho, champanhe e vodka. Também tínhamos uma caixa de gelo de Jack Daniel e Jägermeister e, depois que Billy circulou por um tempo, ele disse: “Vocês tem quase tudo, mas não tem uísque”.
Duff olhou para um dos nossos rapazes e disse: “Você poderia pegar um pouco de uísque para o Sr. Joel?”
Billy disse: “Eu quero Johnnie Walker Black, e você pode trazer um litro? Você sabe, a garrafa grande.”
Dez minutos depois, Billy tinha o uísque solicitado na mão e sentou-se conosco para conversar e beber. Quando chegou a hora de irmos ao palco, eu disse: “Billy. . . vejo você depois do show.”
Ele me deu um sinal de positivo. Mas quando voltamos ao camarim duas ou três horas depois, Billy estava desmaiado no sofá e não havia mais uma gota na garrafa de Johnnie Walker. Chamamos seu guarda-costas, que estava esperando lá fora, e ele teve que levar Billy embora.
Nessa época, Axl começou a ver a modelo Stephanie Seymour, que também interpretou sua esposa no vídeo de “Don’t Cry”. Ela e as outras supermodelos do dia, como Naomi Campbell e Elle Macpherson, começaram a aparecer após nossos shows. Eu nunca fiquei com nenhuma delas, não que não houvesse chances. Voltarei a isso mais tarde, mas primeiro preciso falar sobre o que aconteceu algumas semanas depois, quando voamos para Tóquio, no Japão, para fazer três shows esgotados no Tokyo Dome.
Os outros caras já estavam na cidade antes, e nós acabamos de entrar no hotel quando Slash e Duff anunciaram: “Vamos para Roppongi!” Pouco tempo depois, estávamos em um clube de rock totalmente épico, chamado Lexington Queen – e se você era um astro do rock, recebia todas as suas bebidas de graça.
Fomos à seção VIP e fomos tratados como realeza. Eles nos trouxeram champanhe ou o que quer que quiséssemos beber, e as meninas se reuniram para nós. Lembro-me de conhecer uma jovem garota chamada MILA, da Holanda, e ela nos seguiu de volta ao hotel. Não tínhamos cocaína – parecia impossível conseguir lá, por algum motivo -, mas quando chegamos ao saguão, Slash anunciou de repente: – Ronnie está aqui. Os Stones estão aqui.
Logo depois disso, estávamos batendo na porta de Ronnie. Ronnie Wood, que deveria ter cerca de 45 anos na época, é a melhor estrela do rock. Ele é o mais engraçado.
Ele nos deixou entrar no quarto e eu disse: “Ronnie, você tem cocaína?”
Ronnie riu e pegou o que parecia ser uma eightball (porção de droga), e não demorou muito para que estivéssemos cheirando juntos. Eu juro, foi a melhor coca que eu já cheirei. Ronnie Wood tinha a melhor cocaína, ele e Stephen Stills. Eles devem ter o mesmo traficante.
Quando terminamos, Mila e eu voltamos para o meu quarto, e acho que devo ter me apaixonado por ela, porque fiquei com ela durante todo o fim de semana. Vida na estrada – você fica sozinho de verdade e de vez em quando havia essa garota especial.
Na noite seguinte, era hora do nosso primeiro show. Ronnie estava lá, nos bastidores, e um de nós disse: “Ronnie, você quer subir e tocar ‘Knocking on Heaven’s Door’ conosco”?
“Oh sim, eu conheço essa, sim, sim!” ele disse.
“Legal”, disse Slash. “É realmente fácil, com três acordes – SOL, RÉ, DÓ e LÁ menor.”
“Oh, LÁ menor”, disse Ronnie, “o mais triste de todos os acordes”.
A aparição de Ronnie no palco foi memorável para dizer o mínimo. Durante os oito primeiros tempos, ele apenas andou pelo palco com o violão pendurado no ombro e um cigarro em um canto da boca. Então ele foi até Slash e colocou um braço em volta dele, acenando para a multidão. Ele foi para o Duff depois disso e fez o mesmo lá. Quando ele finalmente tocou um acorde, foi o errado. Na verdade, ele não tocou um único acorde – três acordes e todos estavam errados. Mas ele era descolado demais.
Mais tarde naquela noite, estávamos no nosso camarim, como sempre, quando Duff de repente se virou para Gilby. “Eu realmente gosto dessa camiseta. Você quer trocar?
Gilby sorriu. “Pelo o que você quer trocar?” Duff arrotou alto. “Meu Corvette.”
“O que?” Gilby disse rindo. Mas Duff estava falando sério: ele trocou um carro de US $ 60.000 por uma camiseta.
Decidi perguntar se tinha alguma coisa que ele queria trocar.
Ele me olhou de cima a baixo e disse: “Sua jaqueta.”
Eu ri. “O que você quer trocar?” “Uma viagem ao Havaí.”
Tiramos férias em Ibiza e Axl me obriga a falar sobre minha infância com um terapeuta.
APÓS DOIS SHOWS NA FINLÂNDIA, dois na Suécia e um na Dinamarca, chegamos à cidade alemã de Mannheim em 24 de agosto de 1991. Nós deveríamos ter tocado na Noruega, mas infelizmente para mim – com minha herança norueguesa – tivemos que cancelar devido a problemas com a voz de Axl.
Nesta parte da turnê, tivemos o Skid Row e o Nine Inch Nails abrindo para nós. Axl havia escolhido pessoalmente o último, o que era estranho – não apenas porque eles eram praticamente desconhecidos na época, mas também porque eles eram diferentes do GN’R em quase todos os sentidos. Antes de subirem ao palco, eles se vestiam completamente de preto e cobriam qualquer pele visível com pó branco. Então eles agiam como loucos, com seu cantor, Trent Reznor, na liderança.
Nessa noite em particular, estávamos tocando no Maimarktgelände, uma enorme arena de concreto cinza. Percebi imediatamente que a multidão não era facilmente encantada; eles queriam ver a banda e não davam a mínima para o show de abertura. Trent percebeu isso também, e ele foi até a frente do palco e fez a saudação nazista de Sieg Heil, o que fez a platéia vaiar e Trent cair na gargalhada.
O Skid Row entrou em seguida, fazendo a coisa deles até a hora de subirmos ao palco. Como sempre, estávamos atrasados. Era como se o humor de Axl piorasse a cada show. A essa altura, a menor das coisas o deixaria absolutamente louco, e naquela noite em particular havia alguns detalhes técnicos que não estavam funcionando. Como resultado, depois de apenas algumas músicas, ele saiu do palco e deixou o resto de nós lá em cima. Eu vi quando ele desceu a rampa para um lado e entrou na van. A próxima coisa que soube foi que Izzy chutou o amplificador o mais forte que pôde, depois se virou para mim e disse: “Vamos buscá-lo.” Corremos pela outra rampa e entramos na outra van. A arena inteira vaiava. “Siga aquele carro!” Eu gritei para o motorista.
Eu estava realmente chateado – cansado do comportamento infantil de Axl, cansado dele fazendo birras. Mais à frente, sua van havia parado. Paramos ao lado. Olhei para Izzy e disse: “Me dê cobertura!” Mas Izzy apenas ficou lá. Então eu pulei da van e gritei: “Estou cansado dessa merda”.
Ainda me lembro da expressão de surpresa no rosto de Axl quando ele olhou para mim de onde estava sentado ao lado de seu guarda-costas, Earl Gabbidon.
“Filho da puta! Volte ao palco! Continuei a gritar quando cheguei à porta lateral aberta da van. Eu levantei meu punho e estava prestes a dar um soco em Axl quando Earl saltou da van e me agarrou. “Foda-se!” Eu gritei, tentando me libertar. Pelo canto do olho, vi o gerente do Skid Row, Doc McGhee, colocar seus caras em uma van e, em seguida, soube que eles também haviam saído correndo. Quando finalmente parei de lutar, Earl me soltou e sentou-se ao lado de Axl. Eles se viraram e voltaram ao palco. Izzy e eu seguimos em nossa van.
Apesar de termos terminado o show naquela noite, algo no meu relacionamento com Axl mudou, e nunca mais foi a mesma coisa daqui para frente.
Depois do nosso show na Alemanha, tivemos uma semana de folga antes do próximo show em Londres, então decidimos tirar umas férias em Ibiza. Nós tínhamos reservado um hotel tipo boutique em uma colina para a banda, mas Izzy não voou conosco. Quando falamos ao telefone alguns dias depois, ele disse: “Não posso mais fazer isso. Axl está sozinho; não podemos conversar com ele. Estou saindo da banda.”
Não era como se Izzy e eu fôssemos chegados naquela época, mas acho que ele me via como alguém com quem poderia conversar sobre o problema, e o problema era Axl. Por que não abordamos isso? Por que não podemos simplesmente nos sentar juntos e repassar tudo o que estava acontecendo? Quero dizer, todo mundo estava definitivamente chateado sobre como ele estava agindo. Deveríamos ter nos sentado como adultos e perguntado o que poderíamos fazer sobre isso – acima de tudo, como poderíamos ajudá-lo.
Independentemente disso, ainda tínhamos o nosso show em Londres para tocar, e eu disse para Izzy: “Apenas venha tocar esse show. Suba ao palco, faça o show e depois vá. Mas toque primeiro.
Terminamos a ligação e fui até o bar do hotel. Slash e Duff foram as primeiras pessoas que vi, bebendo em uma das mesas. Fiquei realmente chateado, então fui direto para eles e disse: “Acabei de falar com Izzy.”
Slash acendeu um cigarro e olhou para mim. “Vamos lá, cara. Relaxa.” Nesse momento, Axl entrou e sentou-se no bar. Ele pediu um copo de vinho. Eu me virei para Slash e disse: “Precisamos conversar, todos nós, como uma banda”.
O problema com Slash é que ele não é alguém que lida bem com conflitos. Ele preferiu fingir que nada estava errado, e Duff disse: – Vamos lá, cara. Apenas tome uma bebida.
Eu senti como se fosse explodir e acenei na direção de Axl. “Vamos falar com ele agora.”
Slash balançou a cabeça. “Não, cara, você vai falar com ele.”
Fui até Axl e coloquei minha mão em seu ombro. “Cara”, eu disse. “Você não pode simplesmente nos deixar no palco assim. Está realmente foda. Por que você continua fazendo essa merda?
Axl pulou da cadeira e gritou: “Foda-se, filho da puta!”
“Vamos lá fora. Agora mesmo!” Eu gritei de volta.
Ele olhou para mim com aquele olhar louco dele – parte da razão pela qual os outros o chamavam de Kid Satan (Garoto Satanás) ou Red-Headed Stepchild (Enteado Ruivo) pelas costas. “ESTÁ BEM!” ele gritou.
Eu estava pensando: se eu tiver que bater nesse cara, eu irei bater.
Subimos as escadas correndo. Lembro-me de chegar à porta e olhar para a direita e ver seu guarda-costas, Earl. Eu gritei para Axl: “Você e eu sozinhos, cara!” Eu me virei para Earl e gritei: “Foda-se, Earl!”
“Por que você está tão bravo?” Axl gritou comigo.
Eu gritei de volta, “Bravo? Só com você!
Foi quando ele jogou o copo em mim e Earl me agarrou novamente. Ele me pegou de jeito. Se ele não tivesse, acho que Axl realmente lutaria. Ele tinha a energia selvagem de um cara que é louco o suficiente. No que me diz respeito, não sei o que eu teria feito se não fosse contido.
Mais tarde naquela tarde, recebi uma ligação de nossa gerência. “Achamos que você tem problemas de raiva”, eles disseram. “E precisamos que você fale com um terapeuta. Caso contrário, teremos que resolver de outra forma, e talvez você precise sair da banda. ”
Então, a partir daquele dia, não tive escolha a não ser conversar com um terapeuta por telefone duas horas por dia. Estávamos conversando sobre minha infância e coisas assim, e provavelmente não há necessidade de salientar que isso ainda não fez Axl aparecer para os shows na hora.
Um dia, nessa época, recebi uma ligação do meu amigo Mike Fasano, que estava hospedado no quarto de hóspedes da casa que eu ainda estava alugando de Duff. Minha namorada Maura, com quem eu estive desde o colegial, morava comigo também. Pedi a Mike para ficar de olho nas coisas e ele disse: “Matt, alguém está dormindo no seu quarto com a Maura. Eu só precisava te contar.
Isso realmente me irritou, mesmo que eu estivesse sacaneando ela há anos. Desta vez, precisávamos encerrar. Lembro de ligar para ela no minuto em que Mike e eu desligamos. “Quer saber? Você precisa pegar toda a sua merda e sair.
Não me lembro do que ela disse, mas, em retrospecto, não era justo como eu a tratei por quase catorze anos. Eu estava tão unilateral com o meu ciúme, e sei que ela foi machucada por mim centenas de vezes. Quando cheguei em casa, alguns dias depois, tudo o que possuía, exceto a cama, tinha sumido. Eu havia reunido alguns móveis decorativos incríveis – uma linda mesa de madeira entalhada, cadeiras, um conjunto de quarto combinando. Foi muito bom, como algo de um filme de Mae West. Eu também tinha uma mesa de café feita de vidro azul. Maura pegou tudo e desapareceu da minha vida.
Depois de Ibiza, viajamos para tocar para setenta e dois mil fãs, em um show esgotado, no estádio de Wembley, que seria o fim da etapa europeia e, infelizmente, o último show de Izzy com o GN’R. Felizmente ele apareceu, e me senti bem, e pensei que talvez meu telefonema em Ibiza tivesse funcionado. Quando saímos do palco naquela noite, Izzy simplesmente se afastou, e essa foi a última vez que o vimos.
Depois que voltamos para os Estados Unidos, Slash disse: “Estamos recebendo um novo guitarrista. O nome dele é Gilby Clarke. Eu tinha ouvido falar dele. Ele costumava tocar com uma banda chamada Candy, que era basicamente como o Bay City Rollers ou algo assim – caras bonitos com cortes de cabelo legais.
Acho que ele aceitou um salário semanal, cinco mil por semana ou algo assim – muito dinheiro para uma posição de turnê naqueles dias.
– Lars Ulrich do Metallica liga para o Matt e pede para encontrarem-se, Matt pergunta ao Slash se tudo bem e então eles marcam um encontro numa hamburgueria
– Lars pergunta ao Matt como o novo álbum soa. Matt diz que tem coisas épicas e algumas baladas. Lars se espanta ao saber que tem baladas
– Matt diz que eles possuem cerca de 36 músicas e que sabia que o Lars era competitivo e queria que o Metallica fosse a maior banda de todas
– Sabia também que ao sair dali, Lars iria correndo contar a conversa para o James Hetfield. Ele evitou falar maiores detalhes sobre o disco
– No dia 19 de Novembro Matt fez 30 anos e decidiu dar uma grande festa de aniversário. Convidou cerca de 70 pessoas para um restaurante
– Axl chegando ao local perguntou quem estava bancando aquilo, Matt diz que ele mesmo. Então Axl diz que iria pagar toda a conta
– No final a conta foi de 3.500 dólares e Axl pagou tudo. Matt diz que diferente de Slash, Axl sempre foi mais generoso
– Após pagar a conta, Axl começou a conversar com a mãe do Matt e a convidou para ir até o estúdio ouvir as músicas novas
– Ao chegarem no estúdio Izzy estava lá gravando, mas ao perceber a chegada deles, ele simplesmente foi embora
– Axl começa a tocar as músicas para a mãe do Matt e os dois começam a fumar maconha juntos 😂
– No dia seguinte alguém liga para o Matt e diz que Axl perdeu o cachimbo dele e que ele acha que a mãe do Matt pegou
– Matt liga para a mãe e o cachimbo realmente está com ela. Ela diz que não fuma maconha e Matt diz que ela fumou com o vocalista dele na noite anterior
– A mãe do Matt então digire até L.A para devolver o cachimbo do Axl
– Alguns dias depois Lars liga novamente para o Matt. Eles se encontram e Lars pede para ele ligar para o Axl. Ambos vão até o apartamento do Axl
– “Right Next Door to Hell” foi escrita por Axl sobre uma vizinha dele que morava nesse prédio
– Chegando lá Lars pergunta se Axl quer cheirar com eles. Axl liga para o seu traficante e pouco tempo depois a droga chega
– Axl cheira apenas uma carreira durante todo o tempo, enquanto Lars e Matt cheiram várias
– Axl começa a falar sem parar e os outros dois ficam apenas ouvindo até o momento de irem embora
– No outro dia o empresário liga para o Matt e diz que o Axl cancelou a gravação pois no dia anterior ficou usando drogas com ele e perdeu a voz
– Slash também tira satisfação com ele e Matt diz que Axl cheirou apenas uma carreira
– Slash fica puto ao saber que Lars estava lá, Slash não gostava do Lars, e quis saber sobre o que eles conversaram
– Matt termina dizendo que para Slash tudo se tratava de dinheiro e que Slash estava puto pois teria que pagar pela sessão de gravação que Axl cancelou
– Então Slash pede para Matt ir até o estúdio porque eles iriam gravar alguma coisa de qualquer jeito
– Matt terminou a turnê com o The Cult
– Estava bem doente, com muita diárreia (provavelmente pelo uso de cocaína), pneumonia
– Foi morar com a mãe
– Mike Clink ligou pra ele dizendo que alguém de uma banda iria entrar em contato
– Slash liga perguntando se Matt estaria disponível para gravar um disco
– Mesmo doente Matt aceitou e viajou para encontrar os caras
– Matt chega no estúdio e encontra Duff e Slash. Nem Izzy ou Axl estava lá
– Depois de um tempo Izzy chega e eles começam a ouvir algumas demos que ele estava trabalhando… “Dust N’ Bones” e “Bad Obsession”
– Matt questionou Slash se Locomotive realmente precisava ser tão longa… Slash diz que sim, que era legal ser assim
– Ele gostou da liberdade de poder opinar nas músicas e eles não acharem ruim
– Ensaiaram por 4 dias e sempre tinha um cara sentado num sofá que só ficava lá… era o Dizzy
– Do nada Axl apareceu no estúdio, entrou, deu uma encarada no Matt, não disse uma palavra e foi embora
– Slash convida Matt e Duff para irem à sua casa, lá Slash pergunta se o Matt quer entrar pra banda… ele se assusta pois pensava que iria apenas gravar o disco, mas acaba aceitando
– Matt encontra-se com o Alan Niven que oferece 1.500 dólares por semana pra ele. Matt pergunta se ele está louco, pois ganhava 3 vezes mais com o The Cult
– Slash conversa com Alan e então oferecem 5% da banda para Matt mais um salário de 12.000 dólares por mês
– Matt procura um advogado e mostra o contrato fornecido pelo Alan, o adovogado diz que é um bom negócio
– [ Aqui fica um pouco confuso ] Matt diz que aceita o acordo e que também teria 1 ponto no disco (não fica claro o que seria esse ponto, se seria umaporcentagem)
– No dia seguinte Slash chega pra ele e diz que ele ganharia apenas meio ponto sobre o disco
– Matt concorda com Slash e diz que isso provavelmente lhe custou milhões de dólares… ele então diz que era Slash que ele deveria ter tomado cuidado e não Axl
Renegocio meu contrato e Duff encontra um corpo incrível em um clube de strip no Havaí.
APÓS O JAPÃO, tínhamos cerca de um mês de folga, e desde que troquei minha jaqueta por uma viagem ao Havaí, Duff e eu voamos para Oahu para alguns dias de férias.
Foi nessa época que Duff começou a ter ataques de pânico e, depois de fazer o check-in e embarcar no avião no aeroporto de Narita, em Tóquio, ele começou a hiperventilar. A próxima coisa que soube foi que ele havia fugido do avião.
Levantei-me, fui atrás dele, dei-lhe um abraço e disse: “Vai ficar tudo bem”. Coisas semelhantes aconteceram no palco. Duff de repente começaria a tremer, e eu teria que convencê-lo a desistir. Em outros contextos, como no avião, às vezes ajudou eu ter dado um abraço.
Depois de ficar ali por um momento, sentiu-se calmo o suficiente para embarcar no avião e sentar-se. Estávamos voando de primeira classe e, logo que estávamos no ar, uma aeromoça veio com uma garrafa de Dom Pérignon. Eu disse a ela: “Gostaria da garrafa e de um balde de gelo”.
Alguns minutos depois, secamos toda a garrafa de champanhe e, quando a aeromoça voltou, expliquei que precisávamos de outra garrafa e um segundo balde de gelo. Quando terminamos aquela garrafa, estava na hora do jantar. A aeromoça veio nos servir bebidas de uma garrafa de Louis XIII – uma garrafa de Bacará, US $ 750 por dose em um bar.
“Garrafa?” Eu disse.
Ela sorriu. “Senhor, não.”
Ela nos serviu uma pequena dose, e eu disse: “Você poderia pelo menos dobrar?”
Ela estava disposta a fazer isso.
Quando pousamos, havia uma limusine branca esperando por nós. No minuto em que nos sentamos e colocamos uma nova garrafa no bar bem abastecido do carro, pedimos ao motorista que nos levasse a um clube de strip chamado Centerfold. Foi aí que Duff conheceu sua segunda esposa, Linda Johnson.
Linda era uma verdadeira modelo da Penthouse. Ela estava na revista, fazendo o que eles chamavam de “aparição especial”.
Duff estava em uma missão para encontrar a garota certa na época, mas ele sempre se apaixonava por uma stripper – e ele definitivamente gostava de tetas. “Eu acho que ela é a garota certa”, ele dizia, ou “O que você acha dos peitos dela?”
Nessa noite em particular, nem nos sentamos à mesa quando Linda saiu para fazer sua apresentação, e Duff se virou para mim e disse: “Eu vou me casar com ela”.
Ele já havia sido casado com uma garota chamada Mandy Brixx, e ela era uma garota muito legal. Mas Linda tinha o corpo mais perfeito e esperamos por ela depois do show. Duff e Linda trocaram algumas palavras antes de retornar ao seu camarim, e então nós dois voltamos para o hotel.
Ficamos realmente fodidos e desmaiamos instantaneamente em nossas suítes adjacentes.
No dia seguinte, fomos até a praia e conversamos nas espreguiçadeiras. Era uma praia particular e tínhamos o nosso próprio mordomo; não muito longe, Diana Ross e sua gangue estavam tomando banho de sol.
Deve ter sido por volta do meio dia, porque o sol estava alto no céu, mas também havia uma brisa agradável. Tínhamos acabado de dar um mergulho na água cristalina quando vi uma garota correndo pela praia. Era Linda, parecendo Bo Derek. Ela se jogou em Duff e, no espaço de dez minutos, eles estavam no quarto dele, trepando.
Eu não os vi novamente depois disso. Eles passaram o tempo todo fodendo. Quando fui dormir à noite, pude ouvir as batidas na parede.
Alguns dias depois, quando voltei para Los Angeles, tive uma reunião com nosso empresário, Doug. Ele morava em Coto de Caza, no Condado de Orange, e a primeira coisa que me disse ao me receber em sua casa foi “Matt, como você está se sentindo sobre tudo?”
Eu o segui até o que parecia uma sala de jantar e me sentei em frente a ele. “Bem”, eu disse, “tem sido difícil, muito mais difícil do que eu pensava… Gostaria de renegociar meu acordo. Eu preciso de 10%.”
Doug olhou para mim.
“5% simplesmente não está funcionando para mim.”
“Eu ouvi”, disse ele. “Deixe-me falar com a banda. Verei o que posso fazer.” Alguns dias depois, ele me ligou e disse que eles haviam concordado.
– Após os ensaios eles tinham por volta de 30 músicas e pensaram em selecionar 13 ou 14 para o disco
– Ele não entendia as músicas longas como Coma, mas Axl insistia nelas dizendo que Queen e Stones tinham feito músicas assim e eles iriam fazer também
– Axl queria levar a banda a tocar em estádios e sempre pensava em músicas épicas e vídeos épicos
– Começaram a gravar os Illusions em Junho de 1990
– Combinaram de chegar ao estúdio todo dia ao meio dia… Ele, Duff e Slash cumpriam o horário, Izzy aparecia um pouco mais tarde e Axl aparecia quando queria
– Gravaram quase todas as músicas sem o Axl, nem a letra eles sabiam
– Geralmente gravavam poucos takes de cada música. Disse que o Mike Clink não ajudava muito a banda, apenas ficava lá “como se fosse uma babá”
– Durante o dia eles davam um pausa e iam para um bar de strip chamado Crazy Girls
– Eles chapavam lá e voltavam para o estúdio, se estivessem muito mal o Clink mandava eles irem pra casa… e muitas vezes eles simplesmente voltavam para o bar
– Matt levou uma garota para o estúdio e ela disse que precisava “iniciar ele na banda”. Eles transaram no estúdio e ao sair percebeu que a banda estava toda rindo
– Eles gravaram o sexo dos dois e colocaram para tocar nos alto-falantes do estúdio. No fim Slash pegou a fita e disse que iria ficar com ela
– “You Ain’t The First” foi gravada com eles todos bêbados, vindos do Crazy Girls
– Eles se dividiam em 3 grupos: Matt, Slash e Duff; Izzy e Axl. Axl vivia diferente de todos, bebendo champanhe, comento caviar e fumando os cigarros que ele mesmo fazia
Duff suando vodka com amora, e eu tendo sexo em grupo que fica fora de controle.
Começamos a segunda etapa de nossa turnê européia no Slane Castle, na Irlanda. A essa altura, a bebedeira de Duff havia ficado tão pesada que ele começou a babar. Ele bebia vodka o dia inteiro, até uma noite em que desmaiou no palco. Não me lembro onde estávamos, mas lembro que estávamos apenas começando “It’s So Easy” quando o vi cair no canto do palco. O resto de nós imediatamente paramos de tocar e trabalhamos juntos para levá-lo aos bastidores.
No dia seguinte, senti que tinha que falar com ele sobre o que aconteceu, então fui para o quarto de hotel. “Duff”, eu disse, “Quantas bebidas você acha que vai tomar antes de irmos ao palco hoje à noite?”
“Uh… talvez dez?
“Dez drinques?”
Duff, que ainda não parecia totalmente sóbrio (se alguma vez esteve), acenou com a cabeça e disse. “Dez vodkas com amora.”
“Olha, vamos fazer um acordo”, eu disse. “Ou misture a vodka com mais amora ou tome cinco drinques – corte ao meio.”
Duff concordou, mas eu percebi que ele não estava planejando fazer o que eu disse. Então, quando vi seu guarda-costas Butch um tempo depois, eu disse: “Butch, conte as bebidas de Duff. Você as faz, ele as bebe.
A razão pela qual Duff estava fora de controle na Europa, de todos os lugares, não foi realmente surpreendente. Era mais difícil conseguir cocaína lá. Com a cocaína, você pode controlar seu consumo de álcool – foi por isso que a chamamos de “equalizador instantâneo”. Mas, da mesma forma que Duff estava perdendo o controle sobre sua ingestão de álcool, eu havia perdido o controle sobre a quantidade de cocaína que estava usando. Apenas algumas semanas antes, fizemos um show na Cidade do México, e foi aí que tudo realmente começou a dar errado.
Lembro que fiquei acordado a noite toda antes do show, cheirando carreira após carreira. Tentei dormir algumas horas no camarim antes de subirmos ao palco, mas não consegui. Meu coração estava batendo tão forte que desisti rapidamente e localizei nosso empresáio. “Doug, estou em péssimo estado”, eu disse. “Eu estraguei tudo.”
Doug estava acostumado com o nosso comportamento a essa altura, e ele apenas balançou a cabeça e disse: “Pare de fazer essa merda. Tome algumas cervejas e relaxe. Você vai ficar bem.” Algumas horas depois, subi no palco e sentei-me atrás da bateria. Foi muito estressante, porque a cocaína faz você pensar que está tocando muito rápido ou muito devagar. Você perde toda a noção do tempo, ou como dizemos os bateristas, BPM (batidas por minuto).
Olhei para Duff e gritei seu nome.
Ele tinha um monte de baba saindo da boca e não parecia que ele conseguia se concentrar quando se virou para olhar para mim.
“Você me ajuda e eu vou te ajudar!” Eu gritei.
De alguma forma, devemos ter conseguido, porque quando eu volto e ouço alguns desses shows em que estávamos quase inconscientes, eu penso: Cara, éramos muito bons! Temos esse tipo de ferocidade em nós.
No início de junho, fomos contratados para tocar em um especial pay-per-view no Hipódromo de Paris, que seria transmitido para todo o mundo. Convidamos um monte de convidados especiais – caras como Steven Tyler, Joe Perry, Jeff Beck e Lenny Kravitz – e o estádio já estava montado. Então, no dia anterior ao show, fomos cedo para fazer uma passagem de som e ensaiar as músicas com nossos artistas convidados. Como sempre, Axl não se incomodou em aparecer, e eu lembro como Steven Tyler estava irritado com isso.
“Como assim ele não vem? O que você quer dizer?” ele disse, apontando para o nosso gerente de turnê, John.
“Bem… ele não vem.”, explicou John.
Steven claramente não aceitaria essa resposta, porque disse: “Estou pedindo outro ensaio. Ele tem que vir!”
Por isso, reservamos um clube para outro ensaio naquela noite e todos fomos para lá. Tyler estava lá, Joe Perry estava lá, Lenny Kravitz estava lá. Mas Axl não. Uma hora se passou, depois outra e, finalmente, Steven gritou: “Não acredito nesse cara!”
Ele não apareceu até a noite seguinte, alguns minutos antes de entrarmos no palco. Embora Axl tivesse começado a namorar Stephanie Seymour, ela também estava namorando Warren Beatty. Stephanie estava atualmente em Los Angeles, e quando começamos o show, eu percebi que Axl estava irritado. Três músicas no set, ele foi até uma das câmeras de TV e disse: “Gostaria de dedicar a próxima música a um homem que gosta de jogar… um homem que é um parasita… Eu gostaria de dedicar essa música a um vagabundo barato chamado Warren Beatty… um homem que tem uma família e um bebê… mas ele precisa passar o tempo sacaneando com outras pessoas, porque ele não sabe o que fazer da própria vida… Bem, ouça, filho da puta… esta é uma música chamada ‘Double Talkin’ Jive’ seu filho da puta!”
A próxima coisa que soube foi que ele havia deixado o palco e Lenny foi enviado – mesmo que ele não tocasse até o final do set.
Jeff Beck nunca se juntou a nós, devido a um caso grave de zumbido, mas Steven e Joe tocaram. Axl também voltou ao palco. Steven e Axl intercalaram os vocais, e você poderia dizer que Steven estava tentando superar ele. O problema é que Axl meio que detonou ele, como sempre.
Enquanto nossa turnê européia continuava, chegamos a Milão, Itália. Estávamos no nosso hotel quando encontramos Gianni Versace e sua irmã Donatella, além de um cara que eles apresentaram como namorado dela. “Queridos”, o namorado sorriu, estendendo as mãos. “Venha ao showroom, vocês podem escolher o que quiser da Gianni Versace!”
Minha namorada Betty estava na estrada conosco, então mais tarde naquele dia ela, Duff e eu fomos ao showroom da Versace para escolher algumas coisas gratuitas. Infelizmente, não encontrei muito que pudesse usar; era tudo amarelo e verde. Peguei uma camisa de couro com botões dourados e achei um terno com estampa de oncinha que mais tarde usei no MTV Awards. Eu também encontrei algumas coisas para Betty.
Duff, por outro lado, pegou um monte de merda, todos esses vestidos berrantes, e levamos tudo para o balcão.
Donatella sorriu contente quando viu o quanto havíamos trazido e disse: “Se vocês pudessem me dar seus cartões de crédito?”
Lembro-me de pensar: o suposto namorado dela não disse que era grátis? Donatella deve ter notado minha hesitação, porque ela disse: “Eu apenas preciso das informações do cartão de crédito.” Nós passamos nossos cartões para ela. “Duff, o seu deu 35 milhões de liras e Matt, o seu deu 23 milhões.”
Logo depois, voltamos ao hotel, onde pedimos ao nosso gerente que calculasse a conversão para nós. Aconteceu que Duff gastou US $ 35.000 e eu US $ 15.000.
Eu disse: “John, o namorado de Donatella disse que era grátis! Eu não quero usar essa merda! Você pode ligar para Donatella?”
Mas a loja estava fechada. Duff deu tudo o que havia comprado para sua esposa, Linda Johnson, e ela odiava tudo. No que me dizia respeito, parecia que eu tinha sido ferrado.
Naquela noite, nós quatro decidimos sair juntos – Betty, Duff, Linda e eu. Eu usava a camisa Versace de couro com botões dourados, e Duff desceu ao saguão do hotel em um terno todo branco. As meninas também estavam bem vestidas.
Pouco tempo depois, estávamos em uma limusine a caminho do Club Hollywood. Tínhamos uma mesa VIP em uma seção isolada e, em apenas alguns segundos, ela estava cheia de garrafas de licor e batedeiras. Acho que não demorou muito para que todos estivéssemos realmente bêbados. Como sempre, Duff era o mais bêbado, e logo percebemos que seu terno branco estava ficando rosa – ele estava suando vodka com amora, mas provavelmente derramando sobre si mesmo. Poucos minutos depois, quando ele não conseguia mais se sentar, os seguranças ajudaram Linda a levá-lo para um carro.
Uma das coisas boas de Betty era que ela tinha tendências lésbicas, e muitas vezes experimentávamos outras garotas juntas. Naquela noite, vimos duas garotas se beijando na nossa frente.
“O que você acha?” Eu perguntei.
Betty sorriu e, em seguida, começamos a brincar com a ideia do trio.
Aconteceu que Betty gostava de uma das garotas em particular. Ela apontou para ela e disse: “Eu quero levá-la conosco.”
Nós nos levantamos e fomos até elas, mas quando Betty perguntou à sua favorita se ela queria se juntar a nós, ela respondeu que não ia a lugar nenhum sem a amiga. Assim, eu estava sentada ao lado de duas garotas e minha namorada Betty em um carro voltando para o hotel.
Embora eu estivesse realmente bêbado, ainda consegui captar o que Betty estava me dizendo quando pegamos o elevador para o nosso quarto: “A única coisa que você não pode fazer é foder com elas. Você pode me foder, e eu vou foder com elas, mas você não pode foder com elas.”
“Sério?” Eu falei meio arrastado, mas ela apenas me deu um olhar severo em resposta. Então eu acenei com a cabeça e disse: “OK”.
Chegamos ao meu quarto e as garotas começaram a transar enquanto eu estava fodendo com Betty. A próxima coisa que eu lembro é que meu pau estava dentro de uma das garotas.
Lembro-me de transar com ela enquanto Betty estava comendo a outra garota, mas de repente Betty se virou na minha direção, deu um salto e gritou: – Seu idiota! Eu te disse!”
Estendi meus braços e murmurei: “Vamos lá, ela é ótima!”
Betty apontou para as garotas, uma após a outra. “Quero vocês dois fora agora!”
Eu realmente não queria que elas fossem embora, então eu disse: “Não, foda-se, Betty! Você sai daqui, porra!
Foi uma péssima jogada da minha parte, mas foi feito, e começamos a gritar um com o outro na frente das garotas. Betty fez as malas e arrastou as malas pela porta. Joguei tudo o que ela não conseguiu agarrar no corredor atrás dela e depois fechei a porta. Acabei de me abaixar para pegar as últimas coisas quando ela chutou a porta e a maçaneta da porta me acertou nos olhos.
Antes que eu soubesse o que estava acontecendo, ela se foi novamente. As garotas ainda estavam lá, no entanto, então continuei fodendo uma delas até meu telefone começar a tocar. Era o Duff.
“Cara, que porra é essa? Betty está aqui no meu quarto, totalmente histérica. O que você está fazendo?”
Murmurei algo em resposta, mas então devo ter desmaiado, porque quando acordei, não tinha ideia de onde estava. Meu olho estava totalmente preto e azul, minha boca estava tão seca quanto uma lixa e, naquele momento – repentina e implacavelmente – as lembranças voltaram para mim. Eu me senti um verdadeiro idiota, e é assim que os outros pareciam me olhar quando eu desci até o saguão. Ninguém falou comigo; eles nem olharam na minha direção, exceto Linda, que sussurrou: “Foda-se, Matt!”
A ideia era que tivéssemos alguns dias de folga em San Remo antes do próximo show, então mais tarde naquele dia fizemos o check-in no Palace Hotel, ficava na praia, na periferia da cidade. Quando estávamos indo para os nossos quartos, Duff e eu brigamos.
“Como você pode tratá-la assim?” ele gritou.
E eu respondi: “Foda-se, cara!”
Assim, começamos a lutar fisicamente no corredor. “Você pode ficar com ela!” Eu disse a ele. “Você pode foder com ela também, se quiser.”
Duff gritou de volta para mim: “Você não vem no barco!”
Deveríamos sair em um iate no final da tarde, mas agora eu claramente não era bem-vindo. Então, enquanto os outros saíam para fazer isso, eu voltei para o meu quarto, me sentindo um perdedor.
Esse ódio me seguiu nos próximos dias, e quando chegamos a Lisboa, eu levei Betty para jantar e pedi desculpas. “Isso não vai acontecer novamente. Por favor, me perdoe – implorei, junto com milhares de outras coisas na mesma linha. De alguma forma, nos acertamos, porque na verdade voltamos a ficar juntos.
Axl pode ser um idiota, mas ele ainda é o melhor, e Duff briga com Extreme.
Em 20 de abril de 1992, participamos do show de Tributo ao Freddie Mercury para conscientização sobre a AIDS no Estádio de Wembley. Setenta e dois mil ingressos haviam sido vendidos e o show estava sendo transmitido ao vivo em setenta e seis países.
Metallica, Def Leppard, Extreme e GN’R estavam abrindo. Os membros do Queen deveriam tocar com artistas como Elton John, Robert Plant, Annie Lennox, George Michael e David Bowie. Muitos deles eram meus heróis, então me senti particularmente estranho nos bastidores. Eu poderia virar em algum corredor e de repente ficar cara a cara com Ian Hunter, Mick Ronson ou Elizabeth Taylor. Slash também estava tocando com o Queen, e Axl ia cantar “Bohemian Rhapsody” com Elton John.
Um dia antes do show, tivemos um grande ensaio. Todos menos Axl estavam lá. E, como sempre, ninguém tinha ideia de onde ele estava ou por que ele não estava onde deveria estar.
Todas as bandas tinham uma espécie de barraca como camarim nos bastidores, e Elton enfiou a cabeça na porta e disse: “Cadê o Axl?” Nós apenas nos entreolhamos e encolhemos os ombros.
Ele também não apareceu no dia do show, e eu lembro que estávamos todos um pouco estressados com isso.
Nossa barraca ficava ao lado do Extreme, do Metallica fica depois e então tinha a do Def Leppard. Quando vi Rick Allen, do Def Leppard, andando pela entrada da nossa barraca, gritei: “Você é incrível!” Fiquei realmente impressionado que ele conseguia tocar da maneira que tocava com apenas um braço.
Naquele momento, os caras do Extreme começaram a cantar e tocar “More Than Words”. Duff, que cochilou, acordou e disse: “Que porra é essa?” Ele pegou um pedaço de fruta e jogou-o para o lado da nossa barraca, gritando o mais alto possível: “Cale a boca!”
Apenas alguns segundos depois, um pedaço de carne veio voando em nossa direção em resposta. Duff pegou uma banana, esmagou-a e jogou-a neles, depois colocamos um pouco de mostarda em um pouco de queijo e jogamos também.
“Guerra de comida!” alguém do outro lado gritou, jogando alguns cubos de gelo. Um deles me bateu na cabeça e de repente as pessoas começaram a ficar seriamente zangadas. Jogamos um copo cheio de água e eles jogaram um copo em nós. “Foda-se esses caras!” nós gritamos, invadindo a cortina em direção a sua tenda. Depois disso, ficamos ali gritando um com o outro por um tempo.
Eventualmente, quando todos nos cansamos de brigar, fui até o lado do palco para assistir Spinal Tap. Pelo canto do olho, notei que Elizabeth Taylor havia chegado e estava parada ao meu lado.
Os caras da Spinal Tap jogaram um pepino embrulhado em papel alumínio no chão, e eu pensei: Certamente, ela não vai aproveitar nada vendo isso.
Mas claramente estava, porque ficou onde estava. Começamos a conversar e rapidamente percebemos que nos damos bem. “Estou realmente honrado em conhecê-la”, eu disse.
“Bem”, disse ela, “tenho a honra de conhecê-lo”.
Eu estava prestes a perguntar uma coisa quando ela me interrompeu. “Em que hotel você está hospedado?”
Nesse momento, nosso gerente de turnê veio me buscar. Axl finalmente apareceu, e era hora de nos apresentarmos. Mas na caminhada de volta à nossa barraca, tudo que eu conseguia pensar era que eu poderia ter feito sexo com Elizabeth Taylor.
O set curto que tocamos naquela noite correu bem e, quando terminamos, Duff, Gilby e eu fomos escoltados até a “caixa real” (espaço VIP), onde assistimos o show de frente. Tanto Charles quanto a princesa Di estavam lá, e logo o Queen estava no palco, tocando “Tie Your Mother Down” com Joe Elliot, do Def Leppard, nos vocais. Slash começou a música com uma guitarra afinada em um tom diferente; O GN’R sempre tocou meio tom abaixo, o que significava que Slash estava em um tom mas a banda estava tocando em outro. Soou ruim por um minuto, mas o cara do Queen o cobriu assim que Brian May e a banda entraram. O técnico do Slash, Adam Day, pegou outra guitarra, e a música decolou a partir desse ponto.
Em pouco tempo, chegou a hora da versão de Axl e Elton de “Bohemian Rhapsody”. Como sempre, não tínhamos ideia se ele iria aparecer, mas na parte do meio da música (a seção Mama Mia) cortou para os telões enormes com Freddie e Queen cantando em vídeo e com um incrível show de luzes seguido por uma explosão pirotécnica que culminou na próxima parte da música. Axl saiu correndo, vestindo um kilt de couro preto, cantando melhor do que nunca – ele era totalmente incrível. Ele era inacreditável. Ele detonou.
Todas as estrelas estiveram lá no dia anterior, para ensaiar, mas Axl não deu a mínima. As pessoas ficaram irritadas, dizendo coisas como: “Que idiota”. Mas lá estava ele, no palco, roubando a porra do show.
De repente, chegou a hora de todos subirem ao palco e cantarem o número final: “We Are the Champions”, com Liza Minelli como vocalista.
Duff e eu estávamos bebendo a noite toda, e estávamos tão perdidos que mal conseguimos nos suportar em pé. Ainda assim, conseguimos chegar ao after-party, que estava sendo realizado em um clube chamado Browns. A primeira pessoa que encontramos foi o baixista do Extreme, e quando ele viu o quão bêbados estávamos, ele apenas suspirou e disse: “Qual é o problema com vocês?”
Duff e eu rimos e subimos as escadas. Todo mundo estava lá, e quando olhei para o bar, vi George Michael e Liza Minelli ali de pé. Fui até lá e me apertei entre eles. Conversamos um pouco e eu soube imediatamente que gostava dos dois. Não tenho idéia de como a noite terminou, mas sei que voamos para Los Angeles no dia seguinte, para nos prepararmos para nossa turnê européia.
Eu me apaixonei pela garota do Billy Idol.
Comecei minhas férias temporárias em Los Angeles comprando uma Harley-Davidson. Eu
recentemente tinha conhecido o Billy Idol, e eu conhecia o Steve Jones do Pistols já havia um tempo, então começamos a andar juntos. Deve ter sido em um desses passeios que Billy perguntou se eu queria me juntar a ele em uma festa que uma garota chamada Heidi Fleiss estava organizando.
Eu não tinha ideia de quem era Heidi ou que tipo de festa seria, mas eu gostava de Billy e gostava de festejar, então fomos lá mais tarde naquela noite. Não me lembro exatamente onde ficava a casa, mas sei que tínhamos acabado de entrar na sala quando vi Judd Nelson, Christian Slater e Charlie Sheen – todos aqueles atores festeiros e, naturalmente, muitas garotas.
Billy piscou para mim e disse: “Se há uma garota que você gosta, agarre-a rapidamente, porque elas desaparecerão em um minuto”. Então, peguei uma garota e, assim como eu, vi uma fila de Rolls-Royces estacionando do lado de fora. Alguns xeiques árabes e empresários mais velhos saíram deles.
Eu perguntei a Billy sobre isso e ele disse: “Heidi é uma senhora, e estas são todas as meninas dela”.
“Tenho que pagar?” Eu perguntei.
“Não, não precisamos pagar”.
Então eu levei essa garota para casa, mas infelizmente ela acabou sendo uma maluca completa. Enquanto eu estava transando com ela, ela estava gritando no máximo de sua voz, até que finalmente ela gozou.
De qualquer forma, continuei indo às festas de Heidi Fleiss e conheci o assistente de Billy, Art Natoli. Em algum momento, ele me convidou para uma festa em um hotel em Las Vegas. “Será você, eu e Billy”, disse ele.
Mas quando cheguei lá alguns dias depois, eram apenas ele e duas meninas.
Uma delas era a namorada de Art e a outra havia sido arranjada para atender Billy. Ela era fofa e loira e se apresentou como BETTY.
“Billy não vem”, disse Art, abrindo uma pequena garrafa de líquido quando entrei no corredor. Ele serviu uma tampa e me entregou. Eu peguei dele e dei a ele um olhar interrogativo.
“GHB. É muito parecido com êxtase.”
“OK”, eu disse, mandando pra dentro. Art e as meninas fizeram o mesmo, e a próxima coisa que eu lembro era de estar saindo com Betty.
Pouco tempo depois, nós dois estávamos nus, fazendo sexo e bebendo mais GHB. Havia algo extra especial naquela noite. Não era o GHB, era algo sobre Betty. Ela era muito sexy, mas também tinha essa qualidade que eu pensava que precisava – uma espécie de elemento hippie para ela.
No dia seguinte, ela e eu voltamos para Los Angeles juntos, e ela me disse que era modelo. Lembrei-me de tê-la visto em um comercial da Coca-Cola e, nas semanas seguintes, me apaixonei muito por ela. Levei-a para jantar várias vezes e, depois da quarta vez, disse-lhe: “Gosto muito de você. Eu acho que deveríamos morar juntos.
Como eu disse, ela ficou com um olhar sério e disse: “Há algo que preciso lhe contar primeiro. Antes de vir para Los Angeles, eu era uma stripper no teatro Mitchell Brothers O’Farrell em São Francisco. Mas não nos chamamos strippers, nos chamamos de artistas performáticos. ”
Senti um nó no estômago. Eu não queria uma namorada stripper. Duff costumava namorar strippers, e sempre terminava mal. Mas também senti que fui enganado. Apenas me levantei e sai sem dizer uma palavra.
O problema era que eu não conseguia parar de pensar nela e, alguns dias antes de sair em turnê novamente, percebi que sentia muita falta dela. Então eu liguei para ela e disse: “Foda-se. Você não faz mais isso, certo? ”
“Não”, ela disse.
Era uma mentira, mas eu não sabia disso, então continuei: “Vá morar comigo. Eu tenho muito dinheiro, você não precisa trabalhar.”
Essa parecia ser uma oferta que ela não podia recusar, porque ela e suas malas apareceram na minha porta no dia seguinte.