Os primeiros meses de 2016 certamente estão entre os períodos mais movimentados da vida de Axl Rose; primeiro foi a consolidação do retorno de Slash e Duff McKagan ao Guns N’ Roses, algo que estava sendo especulado desde o final do ano anterior, e poucos meses mais tarde, mais precisamente em 17 de abril, Axl foi confirmado oficialmente como vocalista temporário do AC/DC substituindo Brian Johnson em algumas datas da turnê que a banda estava fazendo na época.
As entrevistas da época tentavam fazer transparecer que para ele tudo havia sido muito tranquilo e sossegado, e que ele estava extremamente confiante no próprio taco, a ponto de Axl responder as perguntas nas entrevistas em tom de piada e bom humor: “Um dos caras que trabalha há anos com eles, Obie, que também trabalhou com os Stones, está fazendo a turnê do GNR. Então tínhamos algo em comum. Quando li as notícias sobre Brian, chamei Obie para perguntar o que eles iriam fazer – mas não tinha era no sentido de ‘yeah, estou dentro!’, era mais tipo, se eu poderia ajudar. Nem sequer sabia que músicas ou poderia cantar, não sabia como estava a agenda do AC/DC. Mas fiquei sabendo que Obie tinha colocado meu nome na roda”, disse o vocalista ao contar como acabou indo parar ali. “Eles me disseram ‘não nos ligue novamente!”, prossegue Axl ao ser perguntado se ele havia feito o primeiro contato, e em seguida, respondendo se haviam outros nomes na lista, ele disse: “A vaga era minha, então não havia!”.
A insegurança e nervosismo de Axl Rose ao se preparar para cantar no AC/DC
Mas, ao contrário do que muitos pensam, rockstars como Axl Rose também tem suas inseguranças, e uma delas, compreensivelmente, foi a de assumir o lugar de Brian no AC/DC, conforme contou Duff para o podcast Life in the Stocks, em transcrição feita pela Loudwire.
Duff explica que, diferente dele e Slash, que estavam acostumados a fazer participações especiais em shows e discos de outros músicos, Axl não tinha tanta experiência com isto, pois muito raramente participava de alguma música de outro artista, e mesmo nestes casos eram coisas muito pequenas, mas no AC/DC ele iria simplesmente estar na linha de ponta dos shows da banda, que não era o Guns N’ Roses.
“A coisa do AC/DC, realmente era a banda favorita dele, ele foi e fez a audição. [Rose disse] ‘Vou tentar, espero que eles…'” McKagan lembrou. “Eu disse pra ele: ‘Você não vai precisar passar por uma audição. Eu não me preocuparia com isso.’ [Rose então disse] ‘Estou muito nervoso’. Mas foi realmente ótimo. Nós sabíamos – eu e Slash sabíamos – ‘Você vai conseguir a vaga’. E foi muito bom para ele”, contou Duff.
McKagan e Slash então voaram para Londres para ver um dos shows de Rose com o AC/DC para dar apoio para o vocalista, já que era sua primeira verdadeira aventura com outra banda. Mas não só o show foi bom para Rose, foi bom para a reunião do Guns N’ Roses, pois ser um membro temporário de outro grupo significava que ele tinha que seguir as regras deles em vez das suas próprias. “Acho que isso realmente ajudou, acho que ele também viu como aquela organização era gerida. Foi tipo: ‘Sim, podemos entrar no horário’, e todas essas coisas lá [no AC/DC] era: ‘Eles vão entrar no palco se eu estiver pronto ou não'”, se referindo aos famosos atrasos de Axl Rose nos shows dos anos noventa do GNR.
