Ser o vocalista de uma das maiores bandas do planeta definitivamente tem as suas glórias mas também traz cobranças que Axl Rose, voz do Guns N’ Roses, sentiu na pele.
Recentemente um documentário chamado Axl Rose: Guns N’ Roses Frontman foi exibido no Reelz Channel, e após a transmissão o ex-empresário da banda, Doug Goldstein, conversou com o podcast Appetite For Distortion.
Por lá, o cara que trabalhou com o grupo californiano entre 1991 e 2008 foi questionado a respeito da sua proximidade com Axl, com o repórter perguntando (via Ultimate-Guitar):
Assistindo ao documentário e sabendo quão próximos você e Axl eram – obviamente os seus sentimentos ainda estão lá. Você disse ao final, ‘eu te amo, irmão,’ e eu senti isso.
A outra coisa que eu senti foi quando você falou sobre a tentativa de suicídio dele. Eu não sei se eu tinha esquecido isso; foi chocante para mim…
Como você se sentiu? Quais foram as emoções passando pela sua cabeça quando estava contando essa história para a câmera? Eu sei que há mais detalhes, e eu não sei se você quer contá-los agora ou deixar para outro momento.
Doug, então, respondeu:
Você me conhece, sou um livro aberto, não tenho problema nenhum para falar particularmente com os fãs porque sem os fãs não existe banda.
Então quanto a falar sobre a tentativa de suicídio, eu não fiz isso por nenhum motivo a não ser dar uma explicação a respeito do seu estado de espírito durante uma porção enorme, principalmente da era ‘Use Your Illusion’, e para dar forças também – dizer ‘você não está sozinho’.
Há milhares e milhares e milhares de fãs do Guns N’ Roses que enfrentam uma depressão similar. E entender que aqui está um cara que consegue entreter 220.000 pessoas no palco e depois vai para casa ficar sozinho sem ninguém para cuidar dele ou elogiá-lo por suas conquistas…
É uma depressão enorme pela qual o sujeito passa, e não é só ele, acontece com artistas em geral.
Eu tenho explicado isso durante anos – 220.000 pessoas na arena, e você faz isso durante um ano e meio, aí chega em casa e sua esposa diz, ‘O cachorro não irá limpar seu cocô. E eu despedi a faxineira.’
Foi mais sobre falar… eu não senti como se estivesse falando sobre qualquer coisa que Axl não tivesse falado, sobre estar deprimido e passar por suas batalhas e questões.
Então eu não senti que estava falando em um momento inoportuno, só queria passar uma compreensão melhor de um pouco da dor pela qual ele estava particularmente passando.
Além de falar sobre Axl, o empresário ainda completou falando sobre sua experiência pessoal com o irmão:
Eu também estava revivendo a minha própria história. O aniversário do meu irmão é um dia antes do acidente de Axl. Ele morreu há 10 anos e tentou cometer suicídio algumas vezes – e eu era muito jovem para fazer qualquer coisa a respeito.
Com Axl Rose, eu não era muito jovem para fazer algo a respeito, e eu consegui intervir de forma efetiva e positiva.
Retirado de Tenho Mais Discos que Amigos