O baterista Matt Sorum recontou a história de sua saída do Guns N’ Roses em entrevista ao “Uol”. O músico promove sua autobiografia, “Double Talkin’ Jive”, que será lançada em 2021.
A saída de Sorum ocorreu em 1997, após uma sessão em estúdio. Na época, o Guns N’ Roses já começava a preparar o que se tornaria o álbum “Chinese Democracy”, lançado apenas em 2008. Ao que tudo indica, o guitarrista Slash já estava fora, mas Sorum e o baixista Duff McKagan seguiam na formação.
A função de guitarrista rítmico era exercida por Paul Tobias, amigo de infância do vocalista Axl Rose. Na sessão em estúdio, Tobias chegou ao local criticando uma participação de Slash no programa de TV de David Letterman.
Sorum, de imediato, reagiu de forma negativa à crítica feita pelo colega. Conforme apontado pelo “Uol”, o baterista “mandou Paul calar a boca insinuou que ele não sabia tocar ‘Sweet Child O’Mine'”. Axl Rose testemunhou o ocorrido, não aprovou e sobrou para Matt, que foi demitido no ato.
A reportagem aponta que Matt Sorum expressa “sentimentos dúbios” sobre Axl Rose em seu livro, pois o vocalista é definido por ele como um “babaca” nos bastidores, mas um “monstro sagrado” no palco. Durante a entrevista ao site, Sorum diz que Rose poderia até atrasar duas horas para iniciar um show, mas quando começava, fazia valer a pena.
“Olhando para trás, eu não gostaria que nada fosse diferente. A postura dele era o combustível do rock’n’roll. Ele atrasava duas horas, havia problemas no backstage. Mas quando subia no palco, e dá para ver nos vídeos, meu Deus, ele ficava com o diabo no corpo, roubava a cena”, afirmou.
Em outro momento da conversa, transcrito pelo Whiplash.Net, Matt Sorum aponta que Axl Rose era o único sujeito sóbrio a lidar com o cenário caótico do Guns N’ Roses. Enquanto isso, o próprio baterista estava entre os que cediam para o álcool e as drogas em meio à pressão que existia na banda.
“Éramos jovens, havia todo tipo de influência ao redor. O GN’R era uma grande máquina que te pressionava de diferentes formas. Axl lidava daquele jeito e eu lidava do meu jeito. A gente bebia, mas por razões diferentes. No livro, explico o motivo. […] Vejo minha época de Guns como um tempo caótico e louco. Estávamos sempre chapados e o único que não estava era o Axl. Ele tentava fazer tudo funcionar”, disse.
O dia em que foi excluído da reunião do Guns e se sentiu traído…
Na primeira versão do livro —Matt mudará trechos—, ele diz que chegou a marcar um encontro com o baixista Duff McKagan em 2015 e exigir sua participação. Mas Axl, que já havia escolhido baterista (Frank Ferrer), é quem dava as cartas.
“Minha vida tomou rumos diferentes. Se não tivesse saído, não teria formado o Velvet Revolver. Não teria voltado ao Cult. Nunca teria criado outras coisas. E teria sido complacente. Vejo bandas como Metallica, Green Day, que mantiveram formações. E me pergunto: ‘Tenho inveja disso?’,” disse ele.
O dia em que saiu do Hollywood Vampires.
Até hoje fãs se perguntam por que Matt saiu do grupo que tinha Alice Cooper, Joe Perry e Johnny Depp. Resposta: ele, que já se sentia excluído dos holofotes, descobriu que o empresário estava divulgando o grupo com uma foto sem ele, e isso virou uma regra.
“Foi divertido enquanto durou, mas não era uma banda real como Velvet Revolver ou Guns. Era mais sair para tocar covers. Eu amo o Alice Cooper, o Joe, o Johnny. Ele é músico? Não. Mas foi incrível poder conhecê-lo melhor. Sabia que ele veio para Hollywood para ser músico e virou ator por acidente?” disse o baterista.
A entrevista pode ser lida, na íntegra, no site “Uol”. Trechos do bate-papo estão disponíveis, também, abaixo.