Durante uma longa entrevista com a Rolling Stone, Chris Slade falou sobre o recente capítulo na história do AC/DC, envolvendo a saída de Brian Johnson e a adição de Axl Rose para cumprir alguns shows que ficaram faltando da turnê “Rock or Bust” em 2016.
O que aconteceu na turnê que levou à saída de Brian?
Chris Slade: “Ele estava ficando insatisfeito, vivia dizendo ‘Estou me sentindo mal, sentindo mal pelos fãs’. Eu estava usando fones de ouvido auxiliares no palco, primeira vez que usava, e podia ouvir tudo perfeitamente, incluindo Brian. E eu respondia ‘Brian, não está de fato tão ruim quanto você pensa, sei que você tem seus brios profissionais e vive dizendo que ferrou tudo mas é verdade, não está mal como você pensa'”. Não sei o fim da história. A banda, incluindo Brian, estava em Miami. Um dos gerentes de turnê nos disse que ficaríamos ali por um tempo. Sempre estávamos indo de uma cidade pra outra, e perguntei por qual motivo iríamos permanecer em Miami, me disseram que mais tarde eu ficaria sabendo o motivo. Mas nunca fiquei sabendo dos detalhes. Sério, não sei mesmo. Conversei com o pessoal da equipe que me contou que Brian havia ido embora para casa. Ele mora na Flórida”.
Havia mais shows agendados na turnê. Como vocês fizeram para resolver o problema?
Chris Slade: “Para ser franco, isto é com Angus e os empresários, está além do que recebo para fazer (risos)”.
Além de Axl Rose, você ouviu sobre outros possíveis substitutos?
Chris Slade: “A gente estava em Atlanta, e testamos algumas pessoas, vários realmente muito bons. Daí me disseram que no dia seguinte receberíamos Axl Rose. Eu disse ‘O que?! Axl Rose!’ Aquilo era muito bizarro, nunca imaginei algo assim. Só conhecia o trabalho dele no Guns N’ Roses, não sabia que ele podia suprir a vaga. No dia seguinte ele apareceu pra ensaiar em Atlanta e pareceu ser um sujeito legal, vivia contando piadas. Aquilo era inédito, ao menos pra mim. Quando ele começou a cantar ficamos surpresos, não sabíamos que ele conseguia cantar daquele jeito. Foi brilhante, absolutamente brilhante. Ele se mostrou ser naturalmente um cara muito legal, não estava fingindo ou algo assim, ele é assim”.
Os caras que vocês testaram antes de Axl, eram vocalistas conhecidos?
Chris Slade: “Relativamente desconhecidos, eu diria. Algumas bandas tributo tem caras muito bons. Mas, claro, eu não tinha nenhum poder de decisão. Ninguém pergunta para o baterista ‘O que você acha?’ (risos).
Havia rumores no final da turnê que Angus entraria em estúdio com Axl para gravar um novo álbum do AC/DC. Você ouviu algo sobre isto?
Chris Slade: “Não que eu saiba. Tudo que sei vai até o final da turnê ‘Rock or Bust'”.
Quando acabou a turnê, você falou com Angus? Ele disse algo sobre o futuro?
Chris Slade: “Não, de forma alguma (risos). E ele nunca diria. Eles costumam levar cinco anos para lançar um novo álbum. Ainda é assim, ao que parece. Não há discussão sobre isto, nem mesmo entre Angus, Cliff e Brian. Não há esta coisa de se falar a cada semana, funciona mais ou menos tipo ‘Ok, é isto por hora, nos falamos de novo daqui a cinco anos'”.