Coloque a música de fundo e se deixe levar…
Mudanças, transições, desvios bruscos aos quais nos vemos forçados a realizar ao longo de nossa estrada, de nossa vida. “Estranged” nos mostra o quanto decisões são difíceis de serem tomadas, o quanto é torturante, cruel, acordar e ver tudo novo de uma forma inesperada e a contragosto. Nos mostra como é difícil aceitar, encarar, lidar, superar.
Nossa vida é, como disse acima, uma longa estrada. Estrada esta que não sabemos a qual destino nos levará afinal. Repleta de paisagens verdes e de um céu tão azul que enxergamos o paraíso à nossa frente e, ao mesmo tempo, áridos desertos sem vida, sem esperanças. Não há mapa e nem GPS que possa nos orientar por entre suas curvas e centenas de bifurcações. Vamos na sorte, no instinto, na certeza do nada.
Engraçado… nascemos para ser livres, o que significa “condenados” a pegar essa estrada e aceitar, encarar, aprender a sofrer as consequências de direções tomadas, por vezes, erroneamente ao longo dela.
Por milhas e milhas nos deparamos com as mais diversas situações, boas, ruins, surpreendentes. Conforme os quilômetros rodam, descobrimos os sentimentos, as emoções: carinho, amizade, alegria, ciúme, raiva, triste, AMOR…
O amor, provavelmente o trecho mais lindo dessa viagem. Um trecho em que podemos ver, do alto da colina, o mar azul e sereno lá embaixo. Uma praia deserta repleta de coqueiros ricos e imensos, com gaivotas sobrevoando a paisagem, sem rumo em um grande bando. O céu de um sol tão vivo, daqueles que te aquecem até os ossos. Um ar tão puro, o barulho das ondas tão serenas… é quando você descobre o que é este sentimento. É aí onde dizemos “acabou a viagem, porque este é meu destino final e é aqui que eu quero permanecer”, mas essa é uma estrada em que não se pode fazer paradas. A você, é somente permitido vislumbrar cada cenário que ela te proporciona. Então, você pisca e percebe que aquela praia paradisíaca está ficando para trás e o amor toma um rumo inesperado.
O mundo desaba sobre nossas cabeças quando o que era, até então, o caminho para a felicidade dá de encontro com uma ponte desabada. Você quer de qualquer forma dar uma ré, acelerar com tudo e chegar do outro lado, mas no fundo sabe que é inútil. Daí o pensamento mais obscuro te domina e você lentamente acelera em direção ao abismo. Afinal, por que continuar? É… descobrimos aqui o trecho mais difícil. O de tomar uma decisão quando algo dá errado, quando nossos planos são congelados, quando nosso coração quer falar mais alto do que tudo e todos.
Estranged nos mostra que a cada um cabe qual decisão tomar. Superar e continuar por outra direção, ou parar e vislumbrar um abismo de sentimentos embaralhados, desfocados?
Uma coisa eu te digo, a estrada é muito longa e, por mais que você rode centenas de milhares de quilômetros, uma hora você encontrará outra linda praia para apreciar. Então, permita-se escolher seguir.
Por mais que doa… “guess I’ll have to make it through this time without you” e, quem sabe, talvez num dia qualquer você retorne àquele lugar e a ponte, outrora destruída, já esteja reparada, apenas a sua espera para continuar.
Por Matheus Velloso
2 comentários
Achei demais essa dissertação sobre a vida e a musica! Sou apaixonada por essa música! Parabens!
Perfeito análise musical