O fórum Guns N’ Roses Latinoamerica publicou semana passada uma entrevista realizada por eles com o baterista do Guns N’ Roses Frank Ferrer. Confira a seguir:
GNRLA: Frank, obrigado pela sua disponibilidade. Vamos rapidamente… Você toca algum outro instrumento? A bateria foi o que te levou à música? Com que idade você começou com a bateria?
Frank: Eu toco um pouco de guitarra e baixo. A música em si foi o que me levou a ser músico. Eu posso me expressar musicalmente através da bateria. Meu pai era um percussionista latino, então, percussão sempre fez parte da minha vida, mas foi com 14 anos que eu me sentei atrás de uma bateria de verdade.
GNRLA: No encarte do “Chinese Democracy”, você abençoou a conexão cubana que têm com o Del James, você fala espanhol? Você sente algo “especial” por este lado do mundo?
Frank: Falo espanhol, mas não sei falar fluentemente. Eu amo os países de língua espanhola; ouvir os diferentes dialetos e aprender mais sobre a língua dos meus pais é muito especial.
GNRLA: O que ou quem foi que fez você dizer “Eu quero me dedicar a música”?
Frank: Meu pai me levou para o KISS no Madison Square Garden, em 1977. Foi a viagem de ida!
GNRLA: Você foi o baterista de estúdio de vários artistas, qual deles você mais gostou de tocar e qual ainda não tocou, mas gostaria?
Frank: É uma pergunta difícil de responder. Eu adoraria tocar com Malcolm Young. Gostaria de tocar com Keith Richards.
GNRLA: Essa é uma pergunta obrigatória, quais são seus bateristas favoritos?
Frank: Esta pergunta é também difícil de responder. Bateristas diferentes me inspiram. Mas me inspiraram também muitos outros músicos, no geral. Por exemplo, a maneira de tocar guitarra do Malcolm [Young] e Keith [Richards] me influenciou como baterista. Eu também adoro o Dave King do The Bad Plus, Zach Alford, Charlie Drayton, Sterling Campbell, Danny Carey, Phil Rudd. E claro o melhor baterista do rock: John Bonham.
GNRLA: Já que estamos falando de bateristas, a pergunta é inevitável: o que pode dizer de Steven, Matt e Brain? Qual estilo você gosta mais?
Frank: Brain é incrível e me deu os melhores conselhos quando entrei para a banda: me disse que o mais importante é tentar me apropriar da música, não tentar tocar como os outros bateristas que passaram pela banda antes que eu. Para dar a minha personalidade e estilo para a música. Para mim, “You Could Be Mine” é a canção mais divertida que a gente toca. Matt escreveu as partes. Acho que a performance da bateria do Steven no primeiro álbum do GN’R é uma das melhores em um álbum, é perfeito. As partes de rock, são rock mesmo; as partes de funky são bem funky e as partes punk são realmente de punk rock. Suas partes te fazem querer levantar e dançar. Steven é foda.
GNRLA: Como foi a sua entrada para o GN’R? E o seu primeiro contato com a banda? E com o Axl?
Frank: Tommy e Richard me contataram. Eu já havia tocado com Tommy antes, em seus projetos solo e eu vinha tocando com o Richard desde 1993. Então conheci o Axl.
GNRLA: Quais foram as suas expectativas quando falaram que você ia fazer parte do GN’R? Quais se cumpriram e quais não?
Frank: Simplesmente estou muito feliz de estar no GNR e poder viver da música. Isso é o que eu sempre quis.
GNRLA: O que você achava da banda antes de se juntar a ela? E quando bombaram no final dos anos 80 e início dos 90? O que o Guns N’ Roses significou pra você na época?
Frank: Por crescer em Nova York, consegui ver que muitas bandas tornavam-se conhecidas. O que me lembro do GNR naquela época é que eles ficaram muito populares em Nova York depois do primeiro EP. Todo mundo tinha visto na MTV aquele show deles no Ritz. A cidade amou o Guns desde o início, eles soavam como uma banda de Nova York, como os NY Dolls, The Dictators, Ramones. Tinham esse estilo. Eu achava que eles eram uma banda de NY. Ainda tenho a minha cópia de “Appetite” que comprei com a capa original por $4,95.
GNRLA: “Locomotive” é talvez uma das músicas onde você poderia brilhar com a sua introdução, o que você acha desse música? Já pensou alguma vez em tocá-la ao vivo?
Frank: Em cada turnê há uma lista com as canções que provavelmente tocaremos. Nunca vi “Locomotive” em alguma delas. Não significa que nunca vamos tocá-la. Eu vou sugerir na próxima vez que fazermos a lista.
GNRLA: Tirando “Chinese Democracy”, qual disco do Guns N’ Roses você gosta mais?
Frank: Diria que é o “Appetite”.
GNRLA: É sabido que “Silkworms” foi trabalhada recentemente (ou pelo menos depois que ela foi tocada ao vivo em 2001-2002), você fez algo nessa canção? O seu poderoso estilo de tocar seria perfeito para ela!
Frank: “Silkworms” é incrível. Tenho certeza que ela vai voltar ao set no futuro.
GNRLA: Você ainda se sente como um dos ‘novos caras’ ou você, como muitos de nós, sente que já faz parte da história do Guns N’ Roses?
Frank: Me sinto como se fizesse parte do legado. Já sou amigo do Axl, Izzy, Duff e Dizzy. Eu poderia tocar com eles e com o Tommy, Richard e DJ. Pitman e eu somos grandes amigos e viemos trabalhando com Bumblefoot em muitos projetos desde que nos juntamos ao GNR. O que os 5 membros originais do GNR fizeram foi único na música e nunca poderá ser igualado. Mas nós, os “novos”, podemos continuar escrevendo novos capítulos neste livro chamado Guns N’ Roses. A propósito, em 24 de junho fez 9 anos da minha primeira performance com a banda.
GNRLA: Guns N’ Roses toca alguns covers em seus shows, qual música você gostaria de tocar que ainda não tocou? Nossa sugestão? Seria fantástico tocarem “Trampled Underfoot” do Led Zeppelin.
Frank: Toquei ela no Bonzo Bash há algumas semanas aqui em Nova Jersey. Nunca digo não à oportunidade de tocar Zep!!
GNRLA: Você mantem contato com o Axl? Além de uma piada como todo mundo diz que ele sempre envia, vocês mantém contato? O que estão fazendo agora? Podemos descartar o Guns N’ Roses em estudo?
Frank: Sim, eu falo com Axl, trocamos muitas mensagens. Sempre está acontecendo algo com o GNR, mesmo que o publico não veja. Existe sempre um movimento.
GNRLA: Richard disse esses dias que haverá novas músicas e turnê em 2016, o que você tem a dizer disso?
Frank: Eu digo: que venha 2016!
GNRLA: Vocês viajaram o mundo todos estes anos, há algum lugar que você nunca visitou? Existe algum lugar que você nunca se cansam de voltar?
Frank: Eu nunca toquei na África. Eu amo a Austrália e a América do Sul.
GNRLA: Muitos músicos destacam o publico sul-americano… você também nota a diferença? O que temos que os outros não tem?
Frank: Super apaixonados. ¡¡Caliente!! Os melhores do mundo.
GNRLA: Fazendo um balanço, o que você pode dizer de tudo o que passou com o GNR e o que acha que ainda está por vir?
Frank: Wow, essa é uma boa pergunta. O GNR foi a melhor coisa que me aconteceu na minha vida profissional. E espero continuar fazendo parte desta banda por um longo tempo.
GNRLA: E pra finalizar, esta não é uma pergunta, é fantástica a forma como você toca “Mr. Brownstone”, a introdução de “Rocket Queen” e a parte anterior a “I never wanted you to be so full of anger ” em “Better”. É enlouquecedor.
Frank: Obrigado… Brain escreveu a intro para “Mr. Brownstone”. Por isso que é um pouco funky. Matt fazia uma batida mais Bo Diddly. Toco “Rocket Queen” seguindo Steven, mas eu tento dar uma batida diferente, sem tantos movimentos como ele faz no álbum ou ao vivo. “Better” foi uma das canções que eu mesmo fiz, como Brain me sugeriu. Queria ter certeza de que essa parte levantaria a canção. Levando-a ao próximo nível.
Retirado de: GNR LA
Publicado por: Axl Rose – Fã Clube