Em 23 de agosto de 1986, o Guns N’ Roses tocava pela primeira vez as músicas Sweet Child O’ Mine e Mr. Brownstone em uma apresentação no Whisky a Go Go, em Los Angeles. Ambas se tornaram clássicas, e estão presentes em todos os shows da banda. Conheça as histórias das músicas, contadas por Slash em seu livro:
Mr. Brownstone
Mr. Brownstone fora concebida em circunstâncias bem mais precárias. Izzy, sua namorada, Dezi e eu nos encontrávamos no apartamento deles numa noite quando compusemos. Nós nos sentávamos na cozinha preparávamos nossa parada e, depois apenas tocávamos de improviso. Estávamos lá reclamando, como fazem viciados, dos nos nossos fornecedores e também do fato de sermos viciados, e foi de onde surgiu a música, que basicamente descrevia um dia da nossa vida na época. Izzy teve uma idéia maneira, bolou o riff e começamos a improvisar a letra. Dezi se considera co-autora dessa musica e, para que fique registrado ela de fato contribuiu com talvez um substantivo daqui e talvez uma preposição dali. Quando reunimos tudo, escrevemos a letra num saco de papel de mercearia. Nós levamos para o apartamento na Fountain e tocamos para Axl, que aperfeiçoou um pouco a letra antes que a banda trabalhasse nela em nosso ensaio seguinte. Axl sempre era capaz de pegar uma melodia simples de Izzy e transformá-la em algo fantástico, e esse é apenas um entre alguns exemplos.
Sweet Child O’ Mine
Levo jeito para sentar com uma guitarra e criar riffs difíceis de tocar. É apenas um meio de dedilhar melodias simples de maneira não convencional. É a minha maneira de começar a tocar ou de encontrar algo interessante em vez de apenas praticar escalas. Até hoje ainda faço isso.
Era o que eu estava fazendo numa noite quando Izzy sentou no chão ao meu lado.
– Ei, o que é isso? – perguntou.
– Não sei. Só estou me exercitando.
– Continue.
Ele contribuiu com alguns acordes e, uma vez que Duff estava lá acrescentou o acompanhamento de baixo, e enquanto Steven planejava seu ritmo de bateria em questão, uma hora meu simples exercicio de guitarra transformou-se em outra coisa.
Axl não saiu de seu quarto naquela noite, mas fez parte do processo criativo tanto quanto o restante de nós. Ficou sentado lá, ouvindo tudo que tocávamos e sentiu-se inspirado a compor uma letra que ficou pronta na tarde seguinte. Tornou-se uma ode à sua namorada e futura esposa, Erin Everly, filha de Don Everly, dos Everly Brothers.
Havíamos encontrado um estúdio chamado Burbank Studios, já havíamos gravado em demo e na sessão seguinte trabalhamos em nossa nova música de uma só tacada: concluímos a estrutura, acrescentamos um solo de guitarra e assim ela se tornou Sweet Child o’ Mine
Estava tudo muito bem, mas ainda não tínhamos um produtor, tentamos Spencer Proffer e trabalhamos em Sweet Child o’ Mine como teste. Spencer era um grande cara; foi, na verdade ele quem sugeriu que a canção precisava de uma terceira parte antes do grand finale. Eles estava certo… mas não tínhamos ideia do que queríamos fazer ali. Todos sentamos na sala de controle ouvindo a música vezes seguidas, sem saber o que acrescentar.
– “Where do we go now?” [Aonde Vamos?] – disse Axl, mais para si mesmo do que para nós. – “Where do we go now… Where do we go?”
– Ei – disse Spencer, baixando o volume da música – Por que não tenta cantar isso?
E, assim, foi criada a terceira parte e estava pronto o maior clássico do Guns N’ Roses, Sweet Child o’ Mine!
Publicado por: Axl Rose – Fã Clube