Talvez esse nome não te remeta a nenhum filme, e talvez você nem sequer tenha ouvido falar nesse cara. Mas sem ele, talvez não teríamos visto filmes como Titanic, As bruxas de Eastwick, O Exterminador do Futuro 2, entre outros. Christopher Duddy vem trabalhando na área dos efeitos visuais e da cinematografia há quase 30 anos, e agora se arrisca como diretor pela 3ª vez, ao produzir e dirigir o documentário baseado na autobiografia de Duff Mckagan: It’so Easy.
Em conversa com o Duff Mckagan Brasil, ele falou sobre a origem do projeto, sobre as ideias criativas e muito mais.
Confira:
DMBR – Olá Sr. Duddy, como vão as coisas?
Duddy – Está tudo muito bem! Estive em Seattle com Duff durante as duas ultimas semanas, gravando para o filme “It’so Easy and Other Lies”.
DMBR – Você trabalhou em filmes como Arquivo X, Titanic, O Exterminador do Futuro 2, entre outros. O que te fez concordar em trabalhar num documentário sobre um rockstar? De onde surgiu o primeiro contato entre Duff e você/Rainstorm Entertainment?
Duddy – Na verdade, eu fiz o contato. Conheço o Duff a cerca de 6 anos, e fomos vizinhos. Conhecemos-nos enquanto levávamos nossas filhas para a escola quando eu me mudei para o bairro, e nos tornamos amigos.
Quando seu livro saiu, eu obviamente o li, e fiquei impressionado com o quão inspiradora era a historia. Foi incrível o quão honesto ele foi sobre sua vida e carreira. Ele tem uma historia realmente interessante.
Liguei para ele no dia seguinte e disse que queria fazer um documentário sobre sua vida, e ele me disse que o único modo de fazer isso rolar, seria se tivéssemos total controle criativo. E foi assim que fechamos um acordo com a Rainstorm para produzir o filme.
DMBR – Desde o fim dos anos 80, você tem feito varias funções em grandes filmes, desde efeitos visuais até produção executiva, e até mesmo atuando. Como foi passar por todas essas funções? Quando você decidiu que iria produzir e/ou dirigir filmes?
Duddy – O negocio do cinema é algo totalmente colaborativo. Existem muitas maneiras de se fazer um filme que eu queria experimentar e aprender. Creio que existem varias áreas do processo que precisam ser compreendidas para se tornar um grande cineasta. Eu quis experimentar vários tipos de trabalhos, e então quando tive a chance de dirigir, pude ter conhecimento suficiente para proceder.
DMBR – Seu ultimo trabalho como diretor foi em “O Clube das Lobas”, em 2007. Como é voltar a dirigir, e dessa vez um documentário, depois de 6 anos?
Duddy – Eu experimentei varios trabalhos diferentes durante o processo de um filme, e o que eu mais gostei, foi de dirigir. Adoro contar historias com todas as habilidades de set que pude aprender com os melhores cineastas de nossa época. É muito gratificante ver uma historia completa na tela, especialmente se o publico responde e se conecta da maneira como você pretendia que fosse.
DMBR – Esse é seu segundo trabalho produzindo um documentário, o primeiro foi “John Henry: A Steel Driving Race Horse”, estou certo? Você se sente mais maduro para esse projeto?
Duddy – Eu com certeza me sinto mais confidente com todo o processo de um documentário, do que me sentia quando fizemos John Henry. Novamente, a experiência de fazê-lo só te faz melhor no seu trabalho, pois fazer documentários é uma experiência totalmente diferente de um filme narrativo. Sou um grande fã do gênero.
DMBR – O que achou da biografia, It’so Easy? O Documentário será 100% focado no livro?
Duddy – O filme será baseado no livro, mas a ideia é trazer mais da historia para a superfície. Especialmente o passado de Duff em Seattle, e o quão influente ele foi na cena Punk no final dos anos 70 e começo dos anos 80, e como a cena transcendeu a indústria da musica.
DMBR – No mês passado, foi gravada uma apresentação no teatro The Moore, para ser usada no documentário. Como foi a apresentação? Parece que a casa lotou…
Duddy – Foi fantástico, inacreditável. Uma única apresentação totalmente lotada. Foi um show único que Duff e sua banda criaram. Queríamos fazer uma versão extendida especifica do show para o filme, então filmamos com varias câmeras. Está cheio de comentários do Duff sobre o livro, e incríveis musicas do Loaded, de um quarteto de cordas e uma guitarra de colo tocando musicas como Sweet Child o’ Mine e outros clássicos.
DMBR – Além de produzir, você também dirige o documentário. Qual a parte mais difícil disso? Existem momentos em que você preferia fazer apenas uma das duas coisas?
Duddy – Isto me traz de volta ao ponto onde a criação de um filme é um processo colaborativo, e como eu sempre digo, se você estiver entre as pessoas certas, sua tarefa será muito mais fácil. Então Duff e eu acertamos ao contratar a melhor equipe possível para fazer este filme, e então pudemos nos concentrar no processo criativo.
DMBR – E qual a parte mais empolgante?
Duddy – Acho que é ver todo o trabalho árduo e a preparação ganharem vida na tela. A emoção de executar uma ideia por uma câmera é indescritível. É um processo muito gratificante.
DMBR – No filme “O Exterminador do Futuro 2”, podemos escutar You Could be Mine, do Guns n’ Roses, durante os creditos finais. Você é um fã da banda? Quais bandas você costuma escutar?
Duddy – A musica é uma poderosa forma de expressão, especialmente em filmes. Amei escutar esta canção, ela se encaixou perfeitamente no estilo do filme. Eu sou definitivamente um Rocker, mas também aprecio todos os tipos de musica. A vida seria entediante sem musica. Filmes seriam sem-vida sem a musica.
DMBR – Duff e o Loaded tem uma webserie chamada The Taking, onde eles tentam resgatar o baterista Isaac Carpenter, que aparentemente foi sequestrado. Você chegou a assistir? Existe alguma ideia e/ou possibilidade, ou até mesmo vontade de trabalhar em uma obra de ficção com eles?
Duddy – Eu assisti. Amo os caras do Loaded. Eles têm uma conexão especial entre cada um e sua musicalidade, e isto se torna aparente em suas musicas. Adoro o fato de que eles tem senso de humor sobre isso. Adoraria trabalhar numa ficção com eles, seria realmente divertido.
DMBR – Atualmente, ao ser lançado, o filme tem uma grande expansão e distribuição por todo o mundo. Isso acontecerá com It’so Easy?
Duddy – Sim. Devido à exposição internacional de Duff através de sua musica, o filme será distribuído por todo o mundo.
DMBR – O Brasil já há algum tempo está elevando a qualidade de seus filmes, e buscando estar entre a elite. Você já assistiu algum filme brasileiro?
Duddy – Assisti apenas alguns filmes do Diretor Fernando Meirelles. Ele tem um grande estilo. Podem me sugerir mais alguns para assistir?
DMBR – Qual foi sua reação ao assistir estes filmes?
Duddy – Eu senti que estava vendo um grande contador de historias, com uma visão realmente interessante.
DMBR – Bem, em 2005 você conquistou um premio no Screamfest com o filme The Cabinet of Dr. Caligari, que é na verdade um thriller. Você vê o It’so Easy como um documentário com grande potencial, e chances de concorrer a prêmios?
Duddy – Nunca tento colocar nenhuma pressão num filme para ganhar algum premio. Meu foco principal é apenas tentar contar a historia do melhor jeito possível, e fazer parecer o mais cinematográfico possível, e é algo do qual eu me orgulho. No fim do dia, se ele ganhar algum premio e elogios, então é bônus. Eu apenas espero inspirar pessoas com a mensagem deste filme, de nunca desistir, não importa quais sejam seus sonhos.
DMBR – Bem, é só isso. Muito obrigado por seu tempo, e… Será que veremos este documentário ainda este ano?
Duddy – A expectativa é que seja lançado em 2014. Muito obrigado por todo o interesse no projeto. É possível conferir o trailer do documentário, clicando AQUI.
Retirado de: Duff McKagan Brasil
Publicado por: Axl Rose – Fã Clube
1 comentário
Muito legal, as perguntas foram muito bem escolhidas e foi bom saber quem é Christopher Duddy.