Em nosso país, na época de ouro do Romantismo a educação era dada em sua maioria por colégios jesuítas, os quais seguiam as linhas de educação da casa-grande, onde os jovens estavam habituados a serem castigados quando desobedeciam, fosse por um pai, tio ou padre, que no caso seriam os professores. Escolas tomadas por mofo, banhos coletivos e comida de pouca qualidade rendiam mais lucro as instituições de ensino, contudo, minava a saúde dos alunos, por sua vez a medicina ainda estava distante de muitas descobertas feitas décadas depois.
Não é de se estranhar que após o convívio contínuo com esse tipo de aprendizagem, o jovem desenvolvesse certa admiração pela morte trágica, e ganhou a imagem de uma porta de fuga, onde a imaginação permitiria alcançar o que o mundo restringia o acesso. De quem seria a culpa dessas mortes precoces? Dessa inversão de valores? Onde a morte era melhor que a vida. Seria da educação patriarcal, autoritária e opressora? Seria da medicina, que não dispunha de soluções para doenças simples na época? Seria dos padres que desejavam o lucro, por isso enfiavam os jovens em lugares, sem nenhuma manutenção ou higiene? Ou seria do jovem, que se mantinha quieto com tudo o que lhe era imposto?
A partir de 1990 temos algo diferente. Uma coisa realmente nova em nossas mãos, temos a liberdade de fato, como ela nunca existiu, mas a sociedade não sabia utilizar com sabedoria.
Nossa geração é nada além de uma repetição do século XIX, encontramos novos valores ao longo de tantos anos, mas ainda não conseguimos aplicá-los.
Os tempos são outros, os erros são os mesmo. De quem seria a culpa agora? Dos pais, que trocaram o autoritarismo pela displicência? Dos jovens que se deixaram absorver pelas drogas? Do estado?
Não é difícil admirar um poema romântico, uma pintura expressionista ou empolgar-se com as batidas frenéticas do Rock, o importante, além da admiração, seria aprendermos a como produzir com a mesma qualidade, sem entregar nossa existência a um processo de autodestruição. Ainda estamos longe de aprender. Temos liberdade de pensamento, façamos agora dela, uma verdadeira ferramenta e não uma fita quebrada repetindo-se infinitamente.
Por: Matheus Davanso